A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu consulta pública de 15 dias para manter a permissão de venda livre de álcool etílico 70% na forma líquida, bem como a doação do produto. A decisão unânime foi tomada em reunião da diretoria colegiada nesta quarta-feira e ainda será publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Em seu voto, o diretor Alex Machado Campos, relator da medida, justificou que a limpeza das mãos e das superfícies é uma das formas para prevenir a doença, elevada à categoria de emergência em saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em julho.
— As evidências são todas no sentido de que pode ser, sim, um instrumento de apoio nesse enfrentamento (à varíola dos macacos) — sustentou Campos. — (O produto) é muito importante para desinfectar superfícies e promover a assepsia das mãos. Porém, a primeira opção para a adequada limpeza das mãos, conforme a OMS, é, ainda, a utilização de água e sabão, com a devida fricção, sempre que disponível. É bom destacar isso, porque é uma solução à mão.
Se chancelada, a autorização valerá para produtos de higiene pessoal antissépticos, sanientes e desinfetantes hospitalares para superfícies fixas, por exemplo. Segundo a Anvisa, a indicação de uso valeria para estabelecimentos de saúde, não para o público geral.
— Por se tratar de um produto líquido altamente inflamável e que, na forma líquida, se espalha com facilidade, ressalta-se a importância do seu armazenamento e do uso adequado e, sobretudo, a necessidade de uma consulta pública — completou o relator, que alerta para a periculosidade do produto.
A Anvisa já permite, de forma temporária e emergencial, a fabricação e a comercialização do álcool 70% desde setembro de 2020 por causa da Covid-19. Agora, a ideia é consultar a sociedade sobre a ampliação da medida, dessa vez contra a varíola dos macacos.
Com informações O Globo