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Um ano após a morte de Jonhliane, mãe diz que não sente raiva de Ícaro e Alan, mas quer que eles paguem pelo crime

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Impossível para Raimunda Salony esquecer o dia 6 de agosto de 2020. Ela conta que eram seis horas da manhã e ainda estava dormindo quando recebeu a notícia que mudaria para sempre sua vida e que até hoje, é motivo de lágrimas e tristeza. Ela é a mãe Jonhliane Paiva, que na época tinha 30 anos, e foi morta atropelada durante uma disputa de racha em Rio Branco.

“Nunca vou esquecer. O marido de uma companheira de trabalho da minha filha me ligou e perguntou onde eu tava. Eu respondi que estava em casa. Ele disse que estava vindo em casa me buscar porque minha filha tinha sofrido um acidente. Eu me arrumei e pensava que era um acidente simples. Quando eu cheguei no local que vi minha filhinha no chão perguntei porque ela não tinha sido levada para o Pronto-Socorro. Ele olhou pra mim e disse que minha filha tinha morrido. Foi a maior dor que já senti em toda a minha vida”, conta.

Funcionária do Araújo morre ao ser atropelada por BMW que fazia racha | ac24horas.com - Notícias do Acre

Raimunda Salony de Paiva, 53 anos, era mãe de Jonhliane Paiva, 30 anos, que exatamente um ano atrás foi morta atropelada quando se dirigia ao trabalho por um motorista, que de acordo com a denúncia do Ministério Público do Acre, disputava um racha.

Ouvir a dona Salony falar da filha é comovente. A dor da mãe é tão presente que não parece ter passado um ano da tragédia. Entre lágrimas, ela explica que a dor continua diária. “Todo dia a história se repete. Eu lembro da minha filha chegando do trabalho, ela me ajudava muito. Até hoje eu não consigo falar no assunto sem que as lágrimas caiam mesmo sem eu querer. É muito difícil lembrar da minha filha, lembrar que eu não posso mais conversar com ela. Fico olhando para algumas roupas que ainda guardo dela. Perder um filho é perder uma parte do seu corpo. Hoje eu sei o que é a dor de uma mãe que perde um filho, mas ainda como foi a morte da Jonhliane”, afirma consternada.

“Não tenho ódio, só quero que eles paguem pelo crime que cometeram”, afirma Salony

Ao falar de Alan Paiva e Ícaro Pinto, acusados de participarem do racha, sendo que Ícaro foi o responsável direto pela morte de Jonhliane ao atropelá-la quando dirigia um carro de luxo, Raimunda Salony engole toda a sua mágoa e dor e diz não sentir raiva dos dois e só pede que seja feita justiça.

“Eu não tenho raiva deles, mas no mesmo instante que eles beberam e saíram fazendo racha em um carro, eles iam matar alguém. Eu só quero que eles paguem pelo que fizeram. Por mais que fiquem presos por muito tempo, nunca vão conseguir pagar pelo crime, já que minha filha está debaixo do chão e agora a única coisa que posso levar para ela são flores”, diz.

Salony conta aos prantos que uma das formas de matar um pouco da saudade é cuidando da cachorra que era amada por Jonhliane. “Eu só peço à Deus forças para conseguir viver com essa dor. A única coisa que minha filha deixou foi uma cachorrinha que eu cuido dela até hoje com muito amor porque ela gostava muito dessa cachorra”, diz.

Motoristas responsáveis pela morte de Jonhliane estão presos e vão responder por homicídio, omissão de socorro e fuga do local do acidente

Alan Araújo de Lima e Ícaro Pinto que, de acordo com as investigações policiais e denúncia do MPAC, disputavam o racha que resultou na morte de Jonhliane estão presos desde agosto do ano passado. A perícia concluiu que Ícaro, que dirigia uma BMW no dia do atropelamento, estava a 151 Km/h na hora da colisão que matou a vítima.

No final do mês passado, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) decidiu que os dois também vão responder, além da acusação de homicídio, pelos crimes de racha, por não terem prestado socorro à vítima e por fuga do local do acidente.

Ainda não há previsão para o julgamento.

Via – Ac 24 Horas

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