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Tóquio bane bebidas alcoólicas na Olimpíada para conter Covid-19

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Preocupações e objeções à realização dos Jogos continuam a crescer, agora em vista de dois casos confirmados de coronavírus na delegação de Uganda

Álcool, toques de mão e falar alto serão proibidos para o número reduzido de torcedores com ingressos olímpicos permitidos nas instalações, já que os organizadores admitem que a “sensação de comemoração” será limitada nos Jogos já adiados por um ano devido ao coronavírus.

Os organizadores avançaram com os preparativos para as Olimpíada, ainda chamada de Tóquio 2020, apesar das fortes preocupações do público japonês de que hospedar competidores de todo o mundo poderia resultar em mais surtos de Covid-19.

Para agravar essas preocupações, um segundo membro da equipe olímpica de Uganda, um atleta, testou positivo para o vírus depois de receber um atestado de saúde há poucos dias, após sua chegada ao Japão.

A mídia relata que os organizadores estavam considerando permitir o consumo de álcool em locais olímpicos quando as vendas de bebidas foram limitadas em Tóquio e nos arredores, por conta da preocupação de que o consumo aumentaria o contato e a convivência em bares.

A hashtag “Cancelem os Jogos Olímpicos” foi usada em dezenas de milhares de tweets, aumentando a onda de protestos online e nas ruas nos últimos meses.

Uma multidão se reuniu em frente à sede do governo metropolitano na noite de quarta-feira (23) para protestar contra os Jogos, com os participantes gritando “cancele as Olimpíadas”, “pare a tocha”, “salve vidas” e “proteja seus meios de subsistência”.

Manifestante segura cartaz que diz "Cancelem a Olimpíada de Tóquio"
Manifestante segura cartaz que diz “Cancelem a Olimpíada de Tóquio” em inglês, durante protesto em Tóquio, em 17/05/2021

Um mês antes da cerimônia de abertura em 23 de julho, o presidente das Olimpíadas de Tóquio, Seiko Hashimoto, reiterou que os organizadores queriam jogos seguros e protegidos.

“Se nossos cidadãos têm preocupações (sobre servir álcool nas Olimpíadas), acho que devemos desistir disso. É por isso que decidimos proibir a venda de álcool”, disse ela a repórteres.

A patrocinadora Asahi Breweries disse que concordou com a decisão, considerando a mudança natural.

Os titulares de ingressos, a serem selecionados em uma nova loteria depois que os espectadores domésticos foram limitados a até 10.000 por local, também serão solicitados a ir para os locais e direto para casa, evitar falar durante o trajeto e não devem pedir autógrafos aos atletas.

“O maior desafio nos Jogos de Tóquio é conter o fluxo de pessoas e limitar o senso de celebração”, disse Hashimoto. “Estamos nos esforçando para tornar os Jogos de Tóquio seguros e protegidos, para que não sejam muito comemorativos.”

Quando Tóquio recebeu a notícia que seria sede dos Jogos em 2013, foi contagiada de enorme aprovação e uma onda de emoção de um país que saudou a decisão como a etapa final da recuperação de um devastador terremoto e tsunami de 2011 que provocou o colapso de vários reatores a usina nuclear de Fukushima.

Casos de Covid-19 na delegação de Uganda

Oito anos depois, essa alegria foi ofuscada pela pandemia.

Especialistas médicos japoneses disseram que banir espectadores seria a opção menos arriscada, mas também deram recomendações sobre a melhor forma de sediar os Jogos se os espectadores forem admitidos. Torcedores do exterior já foram barrados.

Hashimoto defendeu a decisão de permitir espectadores.

“Eu entendo que realizar o evento sem espectadores diminuiria o risco, mas há evidências de que não houve grupos em outros eventos e torneios”, disse Hashimoto a repórteres na terça-feira (22).

Os organizadores disseram na quarta-feira que decidirão se permitirão espectadores nas sessões noturnas, levando em consideração as infecções até 12 de julho, quando as restrições ao vírus serão suspensas em Tóquio e em algumas outras áreas.

O primeiro-ministro Yoshihide Suga ainda não descartou a realização dos Jogos sem espectadores se Tóquio for colocada de volta em estado de emergência, do qual só saiu em 21 de junho.

O teste positivo para o atleta de Uganda seguiu-se ao teste positivo para um técnico na chegada ao Japão no sábado, e depois que o resto da delegação foi colocado em quarentena.

Seus casos reforçam os desafios que os organizadores têm para tornar os Jogos mais seguros, com testes diários aos atletas, que ficarão confinados em uma “bolha” e afastados do público.

O segundo teste positivo foi anunciado pela cidade anfitriã da equipe, Izumisano, no oeste do Japão, confirmando que o resto da Equipe Uganda e um oficial da cidade local que os acompanhava do país eram contatos próximos.

Muitos japoneses permanecem céticos sobre a possibilidade de realizar até mesmo Jogos em menor escala com segurança durante uma pandemia, com 619 infecções relatadas na quarta-feira em Tóquio, mais 118 casos em relação à semana anterior.

“Acredito que não será possível prevenir o contágio dentro da Vila dos Atletas”, disse a repórteres Masahiro Kami, chefe do instituto de pesquisa em governança médica.

Os árduos preparativos para as Olimpíadas também parecem ter afetado os organizadores.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, foi hospitalizada na terça-feira depois que o governo metropolitano disse que ela tiraria o resto da semana de folga devido ao cansaço.

Via – CNN

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