De acordo com o levantamento, que tem margem de erro de 2,4 pontos percentuais para mais ou para menos, os entrevistados das regiões Norte e Sudeste são os que mais desconhecem o significado da sigla, com 74% cada. As demais regiões também indicam que a maioria não sabe o que é STF: Nordeste (71%), Sul (60%) e Centro-Oeste (58%).
Mais da metade da população (55%) diz se considerar pouco ou nada informada sobre as decisões do STF. No entanto, 78% disseram não confiar ou confiar pouco na instituição, enquanto apenas 16% afirmaram confiar muito.
Entre os que pouco ou nada confiam no Supremo, 24% disseram considerar os juízes injustos; 27% não sabem o porquê da baixa confiança ou não responderam um motivo.
A pesquisa “Supremo Tribunal Federal e a democracia no Brasil” entrevistou 1.717 pessoas com 18 anos ou mais de forma presencial entre os dias 11 e 15 de junho de 2022. O nível de confiança é de 95%. O levantamento foi encomendado pelo Instituto Revista & Cidadania.
Maioria aprova obrigatoriedade da vacinação infantil pelo STF
Os entrevistados foram questionados sobre a atuação do Supremo em diversos temas. A vacinação infantil foi um dos que contou com maior aprovação dos brasileiros: 71% sabiam e consideravam positiva a decisão da Corte de tornar obrigatória a aplicação de vacinas em crianças.
As posições do STF em relação às fake news também foram bem recebidas: 85% concordam com a decisão da Corte de bloquear contas robôs e criadores de notícias falsas, enquanto 63% apoiam a aprovação de um projeto de lei contra as fake news. A atuação judicial no combate à desinformação é vista por 68% dos brasileiros como uma forma de fortalecer a democracia.
No entanto, apenas 25% consideram positiva a atuação do STF no combate à corrupção; já 69% consideram regular ou negativa.
Outras medidas bem avaliadas foram a Lei da Ficha Limpa (58%) e a tipificação da homofobia como crime de racismo (53%). De acordo com 51%, os políticos devem ser julgados pelo STF. Já 41% acreditam que os políticos não devem ser julgados pela Corte.
Para 81%, as decisões da Corte devem ser tomadas de forma coletiva; 88% acreditam que a Corte precisa ter maior diversidade étnico-racial — não há nenhum ministro negro ou indígena na instituição atualmente.
A maioria (84%) também acredita que deve haver quantidade parecida de homens e mulheres no STF. Dos onze ministros do Supremo, apenas duas são mulheres: as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber.
Igrejas e Forças Armadas inspiram mais confiança
A Igreja Católica, as Forças Armadas e as Igrejas Evangélicas foram as instituições consideradas mais confiáveis pelos entrevistados. Os partidos políticos e o Congresso Nacional, por sua vez, foram apontados como os menos confiáveis.
Questionados sobre o quanto confiam nas instituições, os entrevistados responderam:
Igreja Católica
- Confia muito – 43%
- Confia pouco – 34%
- Não confia – 21%
- Não sabe/não respondeu – 2%
Forças Armadas
- Confia muito – 40%
- Confia pouco – 39%
- Não confia – 19%
- Não sabe/não respondeu – 2%
Igrejas Evangélicas
- Confia muito – 36%
- Confia pouco – 36%
- Não confia – 25%
- Não sabe/não respondeu – 3%
Polícia Militar
- Confia muito – 32%
- Confia pouco – 47%
- Não confia – 20%
- Não sabe/não respondeu – 1%
TSE
- Confia muito – 22%
- Confia pouco – 42%
- Não confia – 32%
- Não sabe/não respondeu – 4%
Ministério Público
- Confia muito – 22%
- Confia pouco – 50%
- Não confia – 23%
- Não sabe/não respondeu – 5%
Presidente da República
- Confia muito – 21%
- Confia pouco – 30%
- Não confia – 48%
- Não sabe/não respondeu – 1%
STF
- Confia muito – 16%
- Confia pouco – 45%
- Não confia – 33%
- Não sabe/não respondeu – 7%
Congresso Nacional
- Confia muito – 6%
- Confia pouco – 44%
- Não confia – 49%
- Não sabe/não respondeu – 2%
Partidos Políticos
- Confia muito – 3%
- Confia pouco – 35%
- Não confia – 61%
- Não sabe/não respondeu – 1%
Sobre o instituto
O Quaest é um instituto de pesquisas com sede em Belo Horizonte. Até 2020, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empresa realizava pesquisas eleitorais só em Minas Gerais. Hoje, faz levantamentos sobre intenções de voto para presidente. O instituto tem uma parceria com a Genial Investimentos, a qual financia levantamentos sobre a corrida presidencial de 2022. As pesquisas são realizadas com entrevistas presenciais.
Via UOL Notícias