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Sesacre recolhe macacos mortos em Plácido de Castro e animais são necropsiados

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Núcleo de Zoonoses trabalha com hipótese diagnóstica de febre amarela. Material será enviado pelo Lacen ao Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA)

Uma equipe formada por médicos veterinários do Núcleo de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), além de uma bióloga da Vigilância Epidemiológica Estadual e de funcionários da Vigilância Sanitária do município de Plácido de Castro se dirigiu nesta segunda-feira (15) ao local onde um produtor rural encontrou macacos caindo de árvores e agonizando no chão.

No local, a equipe encontrou dois primatas não humanos mortos e em decomposição, com óbitos provavelmente ocorridos no domingo (14). Também foi confirmado pelos profissionais que havia ossos de outro macaco semelhante no local. Outros animais foram procurados no entorno da área de mata fechada, mas não foram encontrados, nem vivos nem mortos, segundo a médica veterinária Seleucia Nóbrega, do Núcleo de Zoonoses.

“Trouxemos esses dois animais encontrados para o Departamento de Controle de Zoonoses (DCZ) de Rio Branco para realizar a coleta de material. Ao término, deixamos as amostras coletadas no Lacen para serem encaminhadas ao Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA). No momento, trabalhamos com a hipótese diagnóstica de febre amarela. Por ocasião da visita, não identificamos pessoas com qualquer sintomas de doenças”, explicou.

A necropsia dos animais foi realizada por Seleucia e pelo médico veterinário Everton Arruda, que é o coordenador de Educação em Saúde e Comunicação Social do Instituto de Defesa Animal e Florestal do Acre (Idaf), onde ele trabalha com o conceito da Saúde Única, que trata da integração entre a saúde humana, a saúde animal, o ambiente e a adoção de políticas públicas efetivas para prevenção e controle de enfermidades.

Suposições de Covid-19

Perguntada sobre as possíveis causas da morte dos animais, a médica veterinária Seleucia Nóbrega disse que o Ministério da Saúde (MS) não considera a suposição de os macacos estarem contaminados com o coronavírus, como foi presumido por alguns veículos de imprensa, em razão de os animais apresentarem dificuldade respiratória, segundo o relato do produtor rural que os encontrou na manhã do último sábado.

“O próprio Ministério da Saúde não visualiza essa suposição que vem sendo feita. A febre amarela está bem evidente em várias regiões do Brasil e sempre vem seguida de epizootias envolvendo macacos, como esse caso daqui do Acre. Esses animais têm o hábito de viver em plantas altas, pouco ou quase nunca estabelecendo contatos com humanos”, esclareceu.

Repercussão

O fato que deu origem à investigação ocorreu na manhã do último sábado (14), quando o produtor rural Ruan Vítor, de 30 anos, se deparou com cinco animais da espécie capelão ou guariba passando mal, sendo que três deles estavam no chão, aparentando dificuldades para respirar, enquanto os outros dois ainda estavam em uma árvore próxima, mas demonstrando os mesmos sinais. Ele filmou os macacos com o telefone celular e se afastou.

Depois de Ruan postar os vídeos que fez em um grupo de família em uma rede social, o material foi compartilhado e o caso ganhou repercussão, chegando, primeiramente, ao Idaf, por meio de comunicação do ac24horas. Do órgão de defesa animal e florestal, o relato foi transmitido ao Núcleo de Zoonoses da Sesacre, por meio de contato do médico veterinário Everton Arruda com a sua colega Seleucia Nóbrega.

Em razão do contato que teve com os animais doentes, Ruan Vítor foi orientado a ficar em observação e isolamento por uma semana. Ele disse à reportagem na noite desta segunda-feira (15) que está tranquilo, mas aguardando com certa apreensão que o resultado dos exames não revele nada grave. Ele acompanhou a equipe que foi até a localidade onde os macacos foram encontrados e fez questão de esclarecer que não é caçador.

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