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Sargento Nery, do trisal, se apresenta na delegacia após protestos em Epitaciolândia

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A apresentação do sargento Erisson Nery, que atirou no estudante de medicina Flávio Endres de Jesus Ferreira, na manhã desta segunda-feira (29) não ocorreu na Delegacia de Polícia Civil de Epitaciolândia, como havia sido informado pela sua defesa no dia anterior, mas na Delegacia de Brasiléia.

Apesar de haver uma manifestação de estudantes de medicina em frente à Delegacia de Epitaciolândia que pedia justiça para o colega que foi alvejado por quatro tiros entre o fim da noite do sábado (27) e a madrugada do último domingo (28) após uma confusão ocorrida em um bar da cidade, esse não foi o motivo da mudança de lugar.

Ocorre que a delegada Carla Ívane, de Brasiléia, é quem substitui o delegado de Epitaciolândia, Luis Tonini, que está de férias. Nery chegou à Delegacia de Brasiléia por volta do meio-dia em um SUV Creta, com vidros escuros e fechados, que passou direto para o setor das garagens, entrando pelos fundos.

O depoimento do militar começou com a presença do advogado de defesa, assim como o do estudante, além da major Ana Cássia, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, sediado em Brasiléia, que é onde os sargentos Nery e Alda Radine são lotados. Eles, no entanto, estão afastados de suas atividades por questões médicas.

Existe uma grande expectativa nas duas cidades com relação aos desdobramentos do caso que está envolto em uma série de contradições no que diz respeito aos motivos da confusão que resultou nos tiros contra o estudante que veio de Porto Velho há quatro anos para curar medicina em Cobija.

Algumas testemunhas ouvidas por veículos de imprensa afirmam que o problema se originou com uma briga envolvendo o sargento Nery e suas duas esposas, personagens de um divulgado caso de poliamor que envolve a também sargento Alda Radine e outra mulher chamada Darlene Oliveira.

Segundo essa versão, o militar teria se enciumado com olhares dos ocupantes de uma mesa ao lado, onde estava Flávio Endres e chegado a trocar empurrões com um dos amigos do acadêmico. Instantes depois, Alda Radine teria ido à referida mesa e tentado agredir um dos homens sendo empurrada e levada ao chão.

A versão de Alda Radine e confirmada por Erysson Nery é a de que ela foi à mesa depois de ter sido apalpada pelo estudante de medicina e que este ao ser confrontado desferiu nela um soco na boca que a deixou apagada no chão. Ela prestou queixa na polícia contra ele por importunação sexual, segundo disse o próprio Nery.

Ainda no domingo, por meio de seu então advogado, Leandrius Muniz, o sargento Nery alegou que não estava foragido, mas aguardando o momento de se apresentar por medida de segurança. Na manhã desta segunda-feira, Muniz informou que não estaria mais à frente da defesa do militar, que já teria outro advogado designado pela Associação dos Militares.

Durante a manifestação em frente à Delegacia de Epitaciolândia, a mãe do estudante, Lúcia Ferreira, disse que já conversou com o filho após ele passar por cirurgia no Pronto Socorro de Rio Branco. Segundo ela, a primeira coisa que Flávio falou para ela, por três vezes seguidas, foi: “mãe, eu não fiz nada”.

O estado de saúde do estudante é considerado estável, após ele ter passado por cirurgia, mas a família considera a recuperação da vítima como um milagre. Ele está sendo acompanhado no hospital pela esposa e não tem previsão de alta, de acordo com as informações prestadas por sua genitora.

O Comando da Polícia Militar do Acre se manifestou por meio de uma nota de esclarecimento sobre o caso informando estar apurando disciplinarmente os fatos e que adotará as medidas disciplinares cabíveis, mas esclarecendo que a responsabilidade da apuração criminal é da Polícia Civil.

Via-Ac 24 horas

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