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Saiba quem é Ricardo Nunes, o “novo” prefeito de São Paulo

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Ricardo Nunes assume o comando da Prefeitura paulistana durante o tratamento contra o câncer realizado por Bruno Covas.

Há até pouco tempo apenas um nome desconhecido de boa parte do público, o empresário Ricardo Nunes, duas vezes vereador da cidade de São Paulo, assume o cargo de maior responsabilidade desde que entrou na política. Substituindo o prefeito Bruno Covas durante o tratamento contra o câncer realizado pelo gestor, Nunes terá em mãos a maior máquina pública municipal do país.

O crescimento de Nunes na política veio através de um misto de seu trabalho como empresário e líder comunitário da Zona Sul da capital paulista. Ele construiu uma trajetória apoiada em um partido expressivo, o MDB, e nas relações com alguns setores da Igreja Católica.

Eleito por duas vezes vereador na capital paulista, em 2012 e 2016, ele estava pronto para concorrer ao terceiro mandato no Legislativo paulistano quando foi escolhido para compor a chapa de Bruno Covas, ocupando um posto que era cotado para figurões como o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM), a senadora Mara Gabrilli (PSDB), e a ex-prefeita Marta Suplicy.

Apesar de ser um nome ainda de pouco destaque no cenário nacional do MDB, Nunes ganhou projeção na cidade quando se tornou presidente municipal da legenda. O partido esperava emplacar o apresentador José Luiz Datena como vice de Covas, mas como ele desistiu do projeto, o nome de Nunes ganhou a preferência na corrida interna.

Na campanha de 2020, Nunes, porém, virou o “calcanhar de Aquiles” do prefeito e candidato à reeleição. Acusações de violência doméstica contra ele foram recuperadas e discutidas publicamente em uma reportagem da Folha de São Paulo, mas tanto Nunes quanto a ex-esposa, Regina Carnovale, negaram as denúncias e as atribuíram a uma “fase muito difícil” no relacionamento.

Mesmo com as denúncias, Bruno Covas defendeu Ricardo Nunes publicamente e se posicionou favorável à inocência do vice, também quando vieram à público notícias envolvendo contratos entre as empresas ligadas a Nunes com a Prefeitura de São Paulo.

RETIRADA DO TEMA “GÊNERO” DO PLANO DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO
Mesmo não sendo muito popular, o nome de Nunes apareceu com muito destaque na política paulistana pela primeira vez em 2015. Na ocasião, ele liderou o grupo de vereadores que atuava para barrar a inclusão da temática de sexualidade e gênero no Plano Municipal de Educação da capital paulista.

O atual prefeito em exercício foi o relator do projeto na Comissão de Finanças e retirou, em sua revisão, todas as menções à palavra “gênero” do PME, levando ativistas das causas feministas e LGBT ao plenário da Câmara Municipal.

– O que é manter a ideologia de gênero fora do Plano Municipal de Educação? É manter essa coisa nefasta longe das nossas crianças – disse Nunes na época.

Recentemente, o vereador protagonizou outra pauta de grande repercussão. Ele presidiu a CPI da Sonegação Fiscal na Câmara Municipal, que permitiu a recuperação de R$ 1,2 bilhão de devedores de impostos municipais, especialmente instituições financeiras.

APROXIMAÇÃO COM BRUNO COVAS
A relação entre Nunes e Covas se estreitou quando o prefeito eleito foi rebaixado por Doria à Secretário da Casa Civil, passando a fazer a interlocução entre Prefeitura e Câmara dos Vereadores e, posteriormente, aumentou quando Covas passou a ser o prefeito e Nunes presidente do MDB.

Apesar disso, a amarração política para o partido participar da gestão municipal foi colocada ‘de molho’ por Covas durante meses, período em que, mesmo assim, Nunes se manteve fiel ao governo nas votações legislativas.

No campo das denúncias, Nunes é ex-conselheiro e voluntário de uma das entidades que estão na mira do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil numa investigação sobre irregularidades nos repasses da prefeitura. A administração diz, porém, que vem aprimorando processos para resolver o problema. O prefeito em exercício nega qualquer participação com irregularidades.

Pleno News

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