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Rio Acre está a 3 centímetros da cota histórica e capital já registra uma das piores secas dos últimos anos

Rio Acre marca 1,33 metro neste domingo (29) em Rio Branco. Com a seca, lixo e entulhos que ficam no manancial aparece no período de estiagem.

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O nível do Rio Acre, na capital acreana, está a três centímetros da cota histórica registrada em 2016 – 1,30 metro. Neste domingo (29), o manancial marca 1,33 metro, conforme o boletim da Defesa Civil de Rio Branco. Com a seca, o cenário encontrado às margens e no leito do rio é de muita poluição.

É possível encontrar pneu, garrafas pets, galhos, sacolas, plásticos, garrafões de água e outros lixos jogados dentro do manancial. Todos os anos, quando o nível do rio baixa, esse cenário é revelado.

“Às vezes, tem carcaça de carros, geladeiras e muita coisa ali dentro do rio. Esse lixo é revelado todo ano”, disse o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, major Cláudio Falcão.

O nível do rio chegou a 1,30 metro, menor marcação já registrada desde 1971 – ano em que o manancial começou a ser monitorado – no dia 17 de setembro de 2016. Com a previsão de que essa marca seja superada antes do final de agosto, a Defesa Civil de Rio Branco já elaborou um decreto de situação de emergência para conseguir recursos e ajudar os moradores de comunidades distantes.

“Já é uma das maiores secas da história. Ainda não chegamos na pior marca, mas, hoje ainda é 29 de agosto, e a pior marca foi no dia 17 de setembro. Ainda temos pelos menos uns 19 dias pela frente, estamos quase na mesma marca e ainda temos muitos dias pela frente”, explicou Falcão.

Com a seca, lixo e entulhos que ficam dentro do rio é exposta durante a estiagem — Foto: Hugo Costa/Arquivo pessoal

Com a seca, lixo e entulhos que ficam dentro do rio é exposta durante a estiagem — Foto: Hugo Costa/Arquivo pessoal

O coordenador acrescentou ainda que o decreto de emergência está pronto à espera da publicação. Ele revelou havia uma previsão de chuva para esse domingo, mas os dados mudaram e, possivelmente, não deve chover mais.

“A decretação de emergência nos dá um poder operacional melhor para poder fazer frente a essas dificuldades. Temos prejuízos na zona rural na parte do leite, na agricultura, psicultura e água potável para beber”, lamentou.

Cenário crítico

Em entrevista à Rede Amazônica Acre, o ambientalista Evandro Pereira, disse que o nível do rio vem baixando ao longo dos anos. As previsões para os anos de 2030 e 2040 são de que, no verão, as pessoas consigam atravessar o rio andando.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“Esse ano, provavelmente, ele vá baixar mais. Está sempre baixando, baixando”, confirmou.

Em fevereiro desse ano, o Rio Acre atingiu 15, 80 metros na capital acreana, inundando 22 bairros, afetou 19 mil pessoas e desabrigou 300 moradores. Sem previsão de chuvas significativas, as águas devem permanecer baixas.

“Muita gente fez pasto, campo e muita gente faz o que chama de bebedouro ou barragens. Já temos um problema de chuva na região e as pessoas ainda armazenam essa água, que teoricamente deveria voltar para o Rio Acre. Então, temos esse problema e isso compromete o nível do rio. Sem falar que sem florestas você tem o assoreamento do rio, que deixa o manancial mais raso”, concluiu.

Por G1

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