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Reino Unido declara emergência por calor enquanto incêndios atormentam sudoeste da Europa

Algumas regiões britânicas podem chegar ou ultrapassar os 40ºC pela primeira vez no início da semana.

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Os bombeiros continuam, nesta sexta-feira (15), sua luta implacável contra as chamas na França e na Península Ibérica, onde as temperaturas sufocantes não deram trégua, enquanto o Reino Unido declarou emergência nacional para algumas regiões, que podem chegar ou ultrapassar os 40ºC pela primeira vez na segunda e terça-feira — a temperatura mais alta no país foi de 38,7°, registrada no Jardim Botânico da Universidade de Cambridge, em 25 de julho de 2019. Na Irlanda, os termômetros podem chegar a 33,3ºC, um recorde absoluto que não é quebrado desde 1887.

“Temperaturas excepcionais, talvez recordes, provavelmente acontecerão no início da próxima semana”, disse em comunicado Paul Gundersen, o meteorologista-chefe do Met Office, a autoridade de clima do Reino Unido. “As noites também devem ser excepcionalmente quentes, especialmente nas áreas urbanas”, acrescentou.

No site do Met Office, um alerta vermelho de nível 4 é definido como uma emergência nacional e é usado quando uma onda de calor “é tão grave e/ou prolongada que seus efeitos se estendem para fora do sistema de saúde e assistência social”.

Grande parte da Europa enfrenta uma forte onda de calor nas últimas semanas, com diversos países registrando temperaturas de 40º ou mais, como Portugal, Espanha, França e Croácia.

Na região da Estremadura, no sudoeste espanhol, na fronteira com Portugal, onde milhares de hectares queimam desde o início da semana, um novo incêndio foi declarado na tarde de quinta-feira. E, nesta sexta, esse foco apresenta uma “evolução desfavorável” e que ameaça o Parque Nacional de Monfragüe, uma área natural protegida por sua biodiversidade.

Do outro lado da fronteira em Portugal, mais de 2.000 bombeiros combatiam nesta sexta quatro grandes incêndios no norte e centro do país. De acordo com a proteção civil portuguesa, os incêndios já deixaram um morto e cerca de 60 feridos.

Embora a situação tenha melhorado um pouco, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu na quinta-feira à noite que as pessoas se mantenham vigilantes. Desde o início do ano, pouco mais de 30.000 hectares arderam em Portugal, o número mais alto desde 15 de julho de 2017, ano em que os incêndios deixaram 100 mortos.

Em Portugal, que atingiu os 47ºC na quinta-feira no norte do país, um recorde para um mês de julho, a máxima deverá ser 41ºC ainda esta sexta-feira.

“Algo pós-apocalíptico”

No sudoeste da França, onde dois incêndios queimaram cerca de 7.000 hectares desde terça-feira, especialmente na zona turística da Duna de Pilat, na costa atlântica, a situação “continua desfavorável”, anunciou a prefeitura do departamento do Gironde.

Esses incêndios, que exigiram a ação de mil bombeiros, forçaram a retirada de cerca de 10.000 pessoas.

— Nunca vi nada parecido e realmente parece pós-apocalíptico — disse Karyn, moradora de Cazaux, na quinta-feira, pouco antes do início da remoção preventiva da cidade envolta em uma nuvem de fumaça e de cinzas suspensas, que fica perto da colossal duna de Pilat.

Depois de atingir 37/38ºC no sudoeste e no vale do rio Rhône, as temperaturas na França devem chegar a até 38/40ºC ao sul da linha formada entre Bordeaux e Lyon.

Na Espanha, o pico da onda de calor parecia ter passado, mas as temperaturas não deram trégua aos habitantes de muitas regiões do país, que devem esperar até a próxima semana para que elas baixem um pouco.

Às 7h (2h no horário de Brasília), os termômetros da província de Badajoz (sudoeste) já marcavam 37,2ºC. Em vários pontos do país, são esperadas temperaturas máximas de 44ºC nesta sexta-feira.

O problema não é exclusivo da Europa: uma pessoa morreu devido aos violentos incêndios no norte de Marrocos.

Por O Globo

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