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Registros de estelionatos e fraudes saltam de 34 para 451 em quatro anos no AC, aponta Polícia Civil

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Informações, como cards e vídeos, têm sido disseminadas pela Polícia Civil para evitar que as pessoas caiam nos golpes.

Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisional e sobre Drogas (Sinesp), repassados pela Polícia Civil do Acre, mostram que os registros de estelionatos e outras fraudes cresceram mais de 1.000% no estado.

E, para tentar conter o avanço desses crimes no estado, cards e vídeos com informações sobre essas fraudes são disseminada pela Polícia Civil como medida de prevenção.

O levantamento mostra que em 2017, as delegacias do estado registraram apenas 34 casos como esses, já em 2020 esse número saltou para 451. Até maio deste ano, 287 casos foram registrados em todo o estado.

Há alguns anos, houve uma mudança na forma de como registrar essas ocorrências, por isso, os dados podem divergir, mas esse é o balanço oficial passado pela instituição.

O delegado Nilton Boscaro, da 5ª Regional, que tem sido uma referência no trabalho contra crimes virtuais encabeçando avisos e alertas sobre os golpes, explica que o avanço da tecnologia acaba fazendo com os criminosos também migrem para o campo virtual.

Registros de estelionatos e outras fraudes no AcreDados foram repassados pela Polícia Civil do estado

“Nas delegacias a gente sente que houve um aumento significativo de ocorrências relacionadas a crimes no âmbito virtual, principalmente na pandemia, onde as pessoas ficam muito tempo em casa e acabam tendo que resolver muita coisa, usando a internet e, consequentemente, as empresas tecnológicas buscam aperfeiçoar o serviço para a comunidade, mas, com esse avanço, é natural que o crime migre do local físico para o virtual e cada vez mais os criminosos vão se apropriando dessas ferramentas”, pontua.

Ao mesmo tempo em que a tecnologia avança, o crime tenta acompanhar e descobrir maneiras de aplicar golpes. Porém, o delegado destaca que a polícia tem trabalhado em informações que, disseminadas, acabam sendo a melhor arma contra esse tipo de crime.

“Quando a gente faz a abordagem de prevenção, o número de ocorrências acaba reduzindo drasticamente, então, a mobilização de comunicar como ocorre o golpe, como se prevenir e o que fazer, caso seja vítima, é muito importante. Nós, da Polícia Civil, temos elaborado alguns vídeos e cards explicando como funciona, divulgando as medidas de prevenção e a gente percebe que há uma redução drástica quando isso acontece. A informação é a maior arma contra os golpes”, pontua.

Boscaro destaca ainda que todo crime deixa rastros, mesmo que seja cometido pela internet. Porém, em casos como esses, muitas vezes, os criminosos podem ser de outro estado e aí a investigação pode se tornar lenta.

“Todo crime deixa rastro, a internet não é terra sem lei. Nós conseguimos rastrear os passos, mas os maiores empecilhos para uma investigação célere é a burocratização do processo penal como um todo”, diz.

Delegado Nilton Boscaro mantém um perfil para alertar sobre golpes  — Foto: Arquivo pessoal

Delegado Nilton Boscaro mantém um perfil para alertar sobre golpes — Foto: Arquivo pessoal

O que fazer para evitar crimes virtuais

  • Mantenha ativa a “Confirmação em duas etapas” da sua conta do Whatsapp. Se ainda não ativou, faça. Para ativar esse recurso no Whatsapp abra: Configurações (Android) / Ajustes (iOS) > Conta > Confirmação em duas etapas > Ativar. Ao ativar esse recurso, você pode inserir o seu endereço de e-mail. Caso você esqueça o seu PIN de seis dígitos, o Whatsapp enviará um link a esse e-mail para desativar a “Confirmação em duas etapas”. Isso também ajudará você a proteger sua conta e suas informações;
  • Jamais forneça para qualquer pessoa o código verificador que você recebe via SMS em seu celular. No texto da mensagem, é informado que o código se refere ao Whatsapp e o site da OLX não exige código algum para ativar anúncios;
  • Desconfie de pessoas que peçam para você fazer pagamentos ou transferências bancárias em caráter de urgência;
  • Confirme se a pessoa com quem você está conversando e está lhe fazendo o pedido é realmente quem diz ser. Ligue e faça perguntas que somente ela saberá responder, confirme a identidade dela.

Sendo o caso de vítima primária, adote as seguintes providências, em caso de clonagem do seu celular:

  • Procure imediatamente a delegacia de polícia mais próxima para registrar um boletim de ocorrência;
  • Envie um e-mail para support@whatsapp.com com o assunto “conta hackeada – desativação de minha conta”. Relate o fato, informe o seu número de telefone (código do país, seguido do DDD e seu número – ex.:+55 + código da cidade + número do celular) e junte o boletim de ocorrência. A partir daí, inicia-se a contagem do prazo para o Whatsapp recuperar a sua conta;
  • Habilite a senha de “Confirmação em duas etapas” e informe a sua conta de e-mail para o procedimento de segurança;
  • Divulgue o fato ocorrido para todos os seus contatos, evitando que caiam no golpe e de modo a identificar e ajudar aqueles que já foram vítimas.

Agora, se você for a vítima secundária (a que realizou o pagamento), adote as seguintes providências:

  • Entre em contato com o seu banco para tentar bloquear o valor enviado;
  • Tire cópia das conversas feitas com o possível criminoso, bem como do boleto pago ou dados bancários da conta para onde foi feita a transferência e do comprovante de pagamento;
  • Anote o(s) dia(s), horário(s) e a cidade(s) em que você estava durante as conversas com o suposto criminoso;
  • Dirija-se à delegacia de polícia mais próxima para registrar boletim de ocorrência, levando todos os documentos impressos.

G1 ACRE

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