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Policial militar do AC com câncer tenta há dois meses conseguir remédio que custa quase R$ 32 mil

O policial militar Kennedy Domingos, de 38 anos, luta contra o tempo para ter acesso a um medicamento que vai ajudar no tratamento contra um câncer na nasofaringe. O remédio custa quase R$ 32 mil e, há dois meses, o PM entrou na Justiça para obrigar o Estado a disponibilizar a medicação.

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O policial militar Kennedy Domingos, de 38 anos, luta contra o tempo para ter acesso a um medicamento que vai ajudar no tratamento contra um câncer na nasofaringe. O remédio custa quase R$ 32 mil e, há dois meses, o PM entrou na Justiça para obrigar o Estado a disponibilizar a medicação.

O militar descobriu a doença em 2018, quando a mãe dele, Francilene Domingos, de 56 anos, iniciou o tratamento também contra um câncer de mama com metástase óssea no fígado e pulmão.

“A doença vem se agravando, não espera. Provavelmente, esteja crescendo muito rápido e eu não tenho tempo para esperar. Não tenho tempo, não sei quanto tempo vou conseguir aguentar, vivo para receber essa medicação”, lamentou.

Domingos serviu como policial militar no Acre durante 11 anos. Pai do Arthur, de 4 anos, e marido da Kelly Almeida, o militar deixou o trabalho de lado para tentar vencer a doença. Ele contou que a doença iniciou com um caroço no pescoço.

O médico passou exames e descobriu em que parte do corpo a doença estava.

“O médico passou exames, mais exames até fazer uma biópsia no nódulo que tinha no pescoço e descobrir o câncer. Fizeram uma investigação mais profunda para saber onde era esse câncer primário e foi descoberto na nasofaringe com metástase na cervical”, relembrou.

Uma decisão interlocutória da 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Rio Branco determinou que o Acre forneça por três meses o remédio, no prazo de 15 dias, para o militar sob pena de multa de R$ 500 por dia.

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) informou que o mandado de intimação para manifestação do Estado foi expedido nesta quinta-feira (26), mas que o prazo só começa a contar quando a Procuradoria Geral do Estado (PGE-AC) for intimada in loco. “A Sesacre aguarda ser comunicada oficialmente para o cumprimento das medidas cabíveis referente ao processo”.

Kennedy Domingos passa o dia deitado por causa de um câncer na nasofaringe — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Kennedy Domingos passa o dia deitado por causa de um câncer na nasofaringe — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Tratamento

Sem uma máquina de radioterapia disponível no estado acreano, o militar fez o tratamento em Porto Velho (RO). Na capital rondoniense, Domingos fez nove sessões de quimioterapia e 39 de radioterapia durante cinco meses.

O tratamento funcionou e houve uma regressão da doença na época. Domingos retornou para o Acre e conseguiu ter uma vida um pouco mais normal.

Em outubro de 2021, a doença apareceu novamente. “Percebi uma diferença no meu corpo, no ouvido sem ouvir direito e já fui fazer novos exames, que constataram o câncer. Comecei de imediato o tratamento de quimioterapia no Unacom”, destacou.

Policial Militar luta contra o tempo para conseguir remédio e continuar tratamento no Acre — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Policial Militar luta contra o tempo para conseguir remédio e continuar tratamento no Acre — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Porém, o tratamento não teve o mesmo efeito obtido antes e a doença ficou mais agressiva debilitando o policial cada vez mais. O militar perdeu mais de 10 quilos nas últimas semanas e passa o dia deitado.

Os médicos informaram que uma das chances de ele se recuperar é fazer um tratamento com uma medicação chamada nivolumabe a cada 14 dias. Contudo, o Serviço Único de Saúde (SUS) não disponibiliza o remédio e cada aplicação custa quase R$ 32 mil.

Sem dinheiro para custear o tratamento, Kennedy Domingos entrou com uma ação na Defensoria Pública para que o Estado forneça o medicamento.

“Lamentavelmente o poder público tem que ser muito omisso em relação a isso, sendo que ele tem uma função fundamental na segurança pública, então, nada mais justo que o poder público veja o problema dele e dê a assistência que ele precisa”, afirmou o autônomo e amigo do PM, Alexandre Reis.

Por G1

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