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Polícia Científica é acionada para analisar morte de macacos do Bosque Rodrigues Alves, em Belém

Corpos dos animais foram necropsiados com coleta de material para exames toxicológicos.

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A Polícia Científica do Pará (PCEPA) foi acionada, na quarta-feira (15), para a realização da perícia sobre a morte de macacos da espécie Saimiri Sciureus, mais conhecido como macaco-de-cheiro, que residem no Bosque Rodrigues Alves, em Belém. A solicitação ao trabalho pericial foi feita pela Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), onde o caso foi registrado.

O trabalho da perícia envolveu, inicialmente, o recolhimento de corpos de animais para exame de necrópsia forense, que foi realizado no Instituto de Medicina veterinária da Universidade Federal do Pará (UFPa), em Castanhal. “Foi realizado exame por meio de necrópsia forense com coleta de material para exames toxicológicos”, destacou a perita Gabrielle Cardoso.

A perícia criminal também fez a coleta de amostras de sangue dos macacos que foram capturados com vida pela equipe do Bosque, sendo um que apresentava sinais de fraqueza e outro em bom estado de saúde. “Essas coletas também serão levadas para exames toxicológicos e, a partir dos resultados, serão comparados e poderão ajudar a complementar as informações do laudo”, completou.

O trabalho da perícia envolveu ainda a análise de diversas áreas internas do Bosque Rodrigues Alves, onde foram coletadas embalagens de alimentos que seriam supostamente dados por pessoas aos animais, embora a direção do parque oriente a não alimentar os macacos. “Foram recolhidos e também serão analisados durante a perícia”, disse a perita criminal Gabrielle Cardoso.

A solicitação para a realização da perícia criminal no caso foi feita pela Demapa, uma vez que exames realizados pelo Instituto Evandro Chagas apontaram que as mortes não teriam sido provocados por agentes naturais, como febre amarela ou raiva.

“Como essas possibilidades foram descartadas, a Demapa foi acionada para investigar se essas mortes foram motivadas por ação humana, seja pela doação de alimentos ou mesmo de maneira criminosa. Por isso, o trabalho da perícia criminal será importante a como vamos seguir com a investigação”, concluiu a delegada da Demapa, Adriana Magno.

Animais encontrados mortos

Imagens registradas no último dia 4 flagraram o momento em que ao menos dois macacos-de-cheiro (Saimiri sciureus) comem doces, aparentemente balas, na área do Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, onde oito macacos foram encontrados mortos.

As causas dessas mortes em Belém estão sendo investigadas. Um laudo deve sair em cerca de duas semanas.

Os macacos com as balas estavam próximos à parada de ônibus e podem ter ganhado os doces de pedestres. O flagrante foi feito pela equipe de reportagem da TV Liberal.

Cartazes afixados nos muros do Bosque reforçam a importância de os moradores da região não alimentarem os macacos, que podem ser intoxicados, segundo o diretor do local, Alexandre Mesquita.

“A gente solicita que a população não dê alimentos aos macacos. Eles aqui têm alimentação balanceada, em quatro pontos diferentes do Bosque, além do que a floresta proporciona para eles”, afirma.

Cerca de 60 macacos vivem no bosque. Alguns estão apresentando mudanças de comportamento. Eles estão sendo capturados para também passar por exames. Para isso, as equipes usam equipamentos de proteção, como luvas e máscara.

Macacos são flagrados comendo balas em Belém no bosque onde oito macacos-de-cheiro morreram — Foto: TV Liberal/Reprodução

Macacos são flagrados comendo balas em Belém no bosque onde oito macacos-de-cheiro morreram — Foto: TV Liberal/Reprodução

“Se for o caso de envenenamento, a gente vai chamar a polícia para fazer uma investigação rigorosa e punir quem fez isso”, diz Alexandre Mesquita.

O bosque está fechado por causa de obras, mas o cercado dele permite a aproximação dos macacos da calçada e dos pedestres.

Segundo a direção, a morte de vários macacos ao mesmo tempo nunca aconteceu no Bosque e é considerada preocupante.

Os macacos-de-cheiro são atração dentro e fora do Bosque Rodrigues Alves, no bairro do Marco. Eles têm hábitos diurnos e costumam aparecer em fila para correr pela grade do jardim botânico.

Foto aérea do Bosque Rodrigues Alves em Belém, Pará — Foto: Marcelo Seabra/O Liberal

Foto aérea do Bosque Rodrigues Alves em Belém, Pará — Foto: Marcelo Seabra/O Liberal

Por G1

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