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Pobreza no Acre supera 45,5% da população e atinge mais de 413 mil pessoas

Em 2021, tanto Rio Branco quanto os municípios do interior viram a pobreza aumentar de forma mais aguda nas periferias da capital. O contraste em Rio Branco foi notável: a proporção de pobres na capital, de 2020 para 2021, cresceu mais que 6 pontos percentuais, ao passo que no restante dos municípios o aumento foi de 3 pontos percentuais.

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A média de pobres no país atingiu 29,62% da população em 2021, chegando a 62,9 milhões de pessoas, contra 25,08% em 2019. O avanço da parcela da população pobre no Brasil revela uma situação ainda mais crítica quando se observa a situação sob a ótica regional. O Acre, com 45,53% está entre as 14 unidades da federação que têm mais de 40% de sua população na pobreza, atingindo mais de 413 mil pessoas. É o que dizem os dados do estudo do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), a partir de microdados da Pnad Contínua, do IBGE. Por essa classificação, pobres são aqueles que vivem com menos de R$ 497 per capita/mês a preços do quarto trimestre de 2021, US$ 5,50 por dia.

A linha de corte de R$ 497 per capita mensal por mês é a mais alta para se classificar o contingente de pobres no país e segue os critérios internacionais de pobreza. Pelo Auxílio Brasil, só é considerado pobre quem vive com menos de R$ 210 per capita por mês a preços do quarto trimestre de 2021.

Conforme pode ser observado no gráfico abaixo, em quatro Estados, o percentual supera 50%: Maranhão (57,90%), Amazonas (51,42%), Alagoas (50,36%) e Pernambuco (50,32%). Além desses, a situação é crítica em Sergipe (48,17%), Bahia (47,33%), Paraíba (47,18%), Pará (46,85%), Amapá (46,80%), Roraima (46,16%), Ceará (45,89%), Piauí (45,81%), Acre (45,53%) e Rio Grande do Norte (42,86%).

Das 27 unidades da federação, 25 registraram aumento da fatia da população na pobreza entre 2019 e 2021. A pior evolução dos indicadores de pobreza no período da pandemia foi observada em Pernambuco, com um aumento de 8,14 pontos percentuais. A participação dos pobres subiu de 42,18% em 2019 para 50,32% 2021. No Acre, conforme pode ser observado no gráfico abaixo, para o mesmo período, o aumento na participação dos pobres foi de somente 0,16 pontos percentuais. Na série histórica 2012- 2021, o maior percentual de pobres alcançado pelo Acre foi em 2017 (48,38%), 2,85 pontos percentuais, acima da taxa de 2021.

Os estado que tiveram ampliação expressiva da parcela de pobres foram: Rondônia (25,19% para 31,65%), Espírito Santo (21,38% para 27,30%), Bahia (42,43% para 47,33%) e Minas Gerais (20,94% para 25,25%). As únicas quedas de pobreza no período foram observadas em Tocantins (34,54% para 33,59%) e Piauí (45,84% para 45,81%). 0,03 pontos percentuais).

A menor taxa de pobreza em 2021 – como já tinha ocorrido entre 2012 e 2020 – foi de Santa Catarina, com 10,16% vivendo com menos de R$ 497 por mês, seguida por Rio Grande do Sul (13,53%) e Distrito Federal (15,70%).

Para além do recorte por unidades da Federação, o estudo do FGV Social também traz informações para outros estratos geográficos brasileiros, ou seja, áreas específicas em que é possível ver a evolução dos indicadores. No gráfico abaixo temos os dados da pobreza separando a capital Rio Branco dos demais municípios do Acre. É perceptível, nesta base de comparação, que no Acre, a maior taxa de pobreza está no interior do estado. Em 2021 era observada que enquanto em Rio Branco a percentual de pobres era de 38,29%, no interior esse percentual era de 51,97%, ou seja, 13,68 pontos percentuais acima da taxa da capital. 

Verifica-se que no ano de 2017, essa diferença alcançou 26,26 pontos percentuais, enquanto o percentual de pobres em Rio Branco era de 34,445, no interior alcançava 60,71%.

Em 2021, tanto Rio Branco quanto os municípios do interior viram a pobreza aumentar de forma mais aguda nas periferias da capital. O contraste em Rio Branco foi notável: a proporção de pobres na capital, de 2020 para 2021, cresceu mais que 6 pontos percentuais, ao passo que no restante dos municípios o aumento foi de 3 pontos percentuais.

Convido a todos para refletirmos sobre estes números! São degradantes!

Orlando Sabino escreve às sextas-feiras no Juruá Online

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