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Pessoas que se exercitam respondem melhor à vacina, diz estudo da USP

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Um estudo brasileiro, feito por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), traz evidências de que manter um estilo de vida fisicamente ativo melhora a resposta das vacinas contra a Covid-19 no corpo humano.

O artigo foi publicado na segunda-feira (9/8), em versão preliminar, na plataforma Research Square. Nele, os pesquisadores detalham um estudo de fase 4 – feito após o início da vacinação em massa –, realizado com 1.095 voluntários imunizados com a Coronavac entre fevereiro e março deste ano.

Eles observaram que os participantes que praticavam exercícios físicos regularmente e os que exerciam tarefas cotidianas que envolviam esforço demonstraram melhor resposta às vacinas do que os sedentários. Foi considerado como tempo ativo, o período dedicado a exercícios físicos, atividades de lazer, atividades domésticas e deslocamentos de rotina.

“Quando olhamos para os dados, percebemos claramente que eles formam uma ‘escadinha’: no alto, com a melhor resposta vacinal, estão os ativos não sedentários. Na sequência, vêm os indivíduos ativos e sedentários. Por último, os inativos e também sedentários”, afirma Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina (FM-USP) e autor do artigo.

O estudo

Os pesquisadores também avaliaram a hipótese de que manter um estilo de vida ativo poderia fortalecer a resposta vacinal em imunossuprimidos. A resposta à vacina foi analisada em um grupo com 898 voluntários, 494 classificados como ativos e 404 como inativos – e em pessoas sem doença autoimune – 197 voluntários, 128 ativos e 69 inativos.

Os resultados mostraram que os pacientes imunossuprimidos fisicamente ativos tiveram uma chance 1,4 vez maior de desenvolver anticorpos contra a infecção. “Dizendo isso de outra forma: para cada dez pacientes inativos que soroconverteram (desenvolveram anticorpos) após a segunda dose da vacina, há 14 pacientes fisicamente ativos que atingiram o mesmo resultado”, compara Gualano.

No grupo dos voluntários saudáveis, sem doença autoimune, a chance de soroconversão foi 9,9 vezes maior entre os fisicamente ativos. “Os resultados nos permitem concluir que a atividade física potencializa a resposta vacinal contra a Covid-19 independentemente de fatores como idade, sexo e uso de imunossupressores. Realizar o mínimo de atividade física já produz uma resposta positiva, porém, observamos que quanto mais movimento, melhor. As respostas mais consistentes foram vistas entre os pacientes que realizavam 50 minutos ou mais de atividades físicas diariamente”, conta Gualano.

Via-Metropóles

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