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Peruanos vão às urnas neste domingo após quatro quedas de presidentes em dois anos

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País com maior faixa de fronteira com o Acre elege candidatos sob debate da “Operação Lava Jato” no Brasil.

Pelos menos 25 milhões de cidadãos peruanos vão às urnas no país na manhã deste domingo (11) para eleger um presidente da República, dois vices, 130 cadeiras do Congresso e cinco representantes junto ao Parlamento Andino. O Peru faz fronteira entre com o Brasil através dos estados do Amazonas e o Acre, segundo o limite estabelecido no Tratado do Rio de Janeiro, em 1909.

A maior parte da fronteira é com o Acre, numa extensão total é de 2.995 quilômetros, situando-a entre as 11 maiores fronteiras do mundo em extensão e as cidades peruanas com maior relação, política e econômica social, com o povo acreano são Inapari, na fronteira com Assis Brasil, e Pucallppa, distante a uma hora de voo de avião da cidade de Cruzeiro do Sul, no Juruá.

Os peruanos vão às urnas depois de verem quatro presidentes passar pelo cargo desde 2018.

As últimas pesquisas mostram que cerca de 30% dos eleitores estão indecisos, e 20% a 25% pretendem votar em branco. Além da desconfiança em seus líderes políticos, os peruanos ainda estão muito impactados pela pandemia do novo coronavírus, e têm na corrupção uma espécie de mantra entre todos os candidatos. A palavra “lava-jato”, alusão às investigações ocorridas no Brasil em relação ao envolvimento de políticos com esquema de corrupção Construtora Odebrecht, que também atuava no Peru, foi muito repetida durante a campanha eleitoral em discursos, entrevistas, comícios e mídias em geral.

As pesquisas indicam ainda que seis dos 18 candidatos que disputam a presidência estão embolados e chegaram praticamente empatados na reta final da campanha, prevalecendo os conservadores, liberais, ou de centro-direita. É uma situação inusitada. A distância entre o primeiro e o quinto colocado nas pesquisas é de 3,5 pontos porcentuais em relação aos votos válidos, o propalado empate técnico. Segundo o instituto Ipsos Peru, que realizou a pesquisa para o grupo El Comércio, o candidato Yonhy Lescano (Ação Popular) caiu 6,3 pontos porcentuais, mas ainda assim lidera com 14,7 % das intenções de votos, seguido pelo economista de posições liberais Hernando de Soto (Avança País) com 13,9 %, uma espécie de zebra já que cresceu 8 pontos nos últimos dias.

Considerados “de direita”, também disputam as primeiras colocações o ex-goleiro George Forsyth (Vitória Nacional) e Keiko Fujimori (Força Popular); Forsyth, contaminado pelo coronavírus largou a campanha no início da semana passada e se isolou em sua residência.

A Pesquisa do Ipsos e enquetes de emissoras de rádio e televisão ainda colocam no páreo Verónica Mendoza (Juntos pelo Peru), de esquerda e que vinha pontuando entre os primeiros, Rafael López Aliaga (Renovação Popular) e Pedro Castillo (Peru Livre).

Com a tendência de queda nas intenções de voto da principal candidata da esquerda, Verónica Mendoza, ao que parece seu eleitorado migrou para o esquerdista Pedro Castillo, um professor e sindicalista radical que vem crescendo nas últimas horas. O cenário, entretanto, não favorece a esquerda peruana, que patina com tendência de queda entre candidatos liberais e conservadores, caso de Rafael López Aliaga, um empresário milionário, católico, do Opus Dei, que fez votos de castidade aos 20 anos e que garante investimentos privados audaciososas para seu país, caso eleito.

A principal lição que fica deste pleito no país andino, qualquer que seja o resultado, é que a Operação Lava Jato não desidratou nem esvaziou a política para a sociedade peruana como aconteceu no Brasil.

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