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Pela 1ª vez em 70 anos, maternidade em Rio Branco não registra óbitos de bebês dentro de salas de parto

Números são de partos realizados em 2020, que não registrou mortes nas salas de parto. Número já estava em queda em 2019, quando foram apontados 4 óbitos.

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Com o registro de mais de 4,7 mil partos no ano de 2020, a maternidade Bárbara Heliodora (MBH), em Rio Branco, conseguiu zerar o registro de mortes de recém-nascidos dentro das salas de parto da unidade. Em 70 anos, desde que foi construída, esta é a primeira vez que não há mortes registradas. A MBH foi inaugurada em setembro de 1950.

Os dados são do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Nuveh) e do Sistema Assistencial à Saúde da Mulher e da Criança (Sasmc), divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), que apontam 4.789 partos feitos no ano passado, sendo que 2.410 foram normais e 2.379 por meio de cesarianas.

A queda das mortes, segundo os dados, vêm ocorrendo desde os anos de 2018, quando foram registrados 28 casos. Número caiu para 4 em 2019, e zerou em 2020. O G1 pediu levantamento de quantos partos ocorreram em 2019, mas não obteve resposta.

“Só para se ter uma ideia, se compararmos o ano de 2019 em relação a 2018, conseguimos uma redução acentuada nas salas de parto, com 85% a menos durante o parto e no ano de 2020, foi melhor ainda e atingimos uma marca histórica nunca conseguida dentro da maternidade Bárbara Heliodora, reduzimos em 100% os números de óbitos dentro das salas de parto, em mulheres que estavam em trabalho de parto “, afirmou o gerente geral do Sasmc, Wagner Bacelar.

Ainda conforme o diretor, a redução da mortalidade de crianças nas salas de parto é uma conquista.

“Há tempos a maternidade era alvo de denúncias devido ao elevado número de óbitos de crianças nas salas de parto, isso já foi motivo de uma CPI instaurada pela Assembleia Legislativa do Estado do Acre. Porém no início de 2019, veio um novo olhar para essa fragilidade e implantamos novas metodologias e ferramentas, melhorando assim a assistência ao parto e essas mudanças foram exitosas porque conseguimos reduzir, sensivelmente, o número de mortes de bebes nas salas”, pontuou.

Maternidade já foi alvo de investigações devido mortes de recém-nascidos — Foto: Divulgação

Maternidade já foi alvo de investigações devido mortes de recém-nascidos — Foto: Divulgação

Investigação

Em 2016, após a morte de um bebê, o Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou procedimento preparatório para investigar o caso. Na época, os pais acusaram a unidade de negligência médica, uma vez que, segundo o pai, o parto foi feito quase 48 horas depois do rompimento da bolsa.

No final do mesmo ano, a Aleac abriu uma sindicância, e pelo menos 13 mães foram ouvidas, após perderam filhos na Maternidade Bárbara Heliodora.

Naquele mesmo ano,  pelo menos 26 bebês morreram só nos primeiros quatro meses, entre janeiro e abril, número foi quase igual ao registrado em todo 2018.

via-G1

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