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Para cuidar do filho, chef larga emprego, aposta no mercado saudável e abre confeitaria on-line no AC

Milla Chistie de Souza Silva, de 27 anos, diz que ideia surgiu após ela ser mãe e sentir vontade de ficar mais perto do filho. Confeitaria tem bolos festivos, brigadeiros e salgados para veganos, diabéticos e pessoas que seguem uma dieta low carb.

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A paixão pela gastronomia e a vontade de ficar perto do filho, de um ano, fizeram com que a chef Milla Chistie de Souza Silva, de 27 anos, pensasse em uma alternativa para se sustentar e conseguir ser mãe em tempo integral.

Ela, que hoje é empresária do setor saudável, antes trabalhava como chef de cozinha corporativa em um supermercado da capital acreana, Rio Branco. Após ficar grávida, Milla percebeu que poderia empreender, praticar o que já sabia e achar um setor para investir.

“Eu trabalhava em um supermercado há quase dois anos e eu gostava muito do meu trabalho, mas eu sempre tive esse desejo de ter o meu negócio e, a partir da gravidez do meu filho, criei coragem para meter a cara e empreender para conseguir acompanhar o crescimento dele.”

Milla conta que, na verdade, sempre teve vontade de empreender na área de comida saudável, mas tinha receio por achar que já havia concorrência no primeiro ramo que ela pensou em investir que foi na produção de marmitas saudáveis.

A chef diz que como estava no fim do ano e perto do Natal, ela pensou em fazer algum tipo de doce com a “pegada FIT”, então, a segunda ideia que veio à cabeça foi testar receitas de chocotones low carb. Ainda na licença maternidade, ela resolveu testar receitas.

Milla, de 27 anos, diz que ideia surgiu após ela ser mãe e sentir vontade de ficar mais perto do filho — Foto: Arquivo pessoal

Milla, de 27 anos, diz que ideia surgiu após ela ser mãe e sentir vontade de ficar mais perto do filho — Foto: Arquivo pessoal

“Eu ainda estava de licença maternidade e já pensado com quem ia deixar meu filho, porque não tenho rede de apoio no Acre, sou de Rondônia, somos só eu e meu marido. E aí pensando também pelo lado da pandemia de ter uma segurança de colocar meu filho em uma creche ou uma babá para cuidar, decidi empreender. Então, ainda durante a licença maternidade e ainda no emprego, comecei a testar receitas para ver se ia rolar se eu ia conseguir.”

A chef encoraja as pessoas, pois lembra que no início ela fiz três testes de receitas que, segundo ela, ficaram “horríveis”.

“No último teste ficou bom, eu gostei e aí eu já coloquei para venda. A primeira venda foram quatro chocotones e vi que poderia dar certo. Eu pensei assim, como já havia seguido o estilo de alimentação low carb e também fazia doces, arrisquei. Depois me especializei em um curso de confeitaria low carb e com a demanda também comecei a atender algumas pessoas alérgicas à proteína do leite de vaca. Desenvolvi bolos festivos veganos e atualmente trabalho com as duas linhas, low carb e vegana.”

Mila resolveu abrir o próprio negócio para poder cuidar do filho em casa — Foto: Arquivo pessoal

Mila resolveu abrir o próprio negócio para poder cuidar do filho em casa — Foto: Arquivo pessoal

Coragem para empreender

Ela conta que quando acabou a licença maternidade veio outra decisão difícil que foi pedir demissão do trabalho que ela tanto amava.

“Pensei que precisava voltar e dizer que não queria mais. Falei com meu chefe e saí de lá com o coração cheio, ele foi uma benção, me deu todos os meus direitos e força para seguir. Em outubro, quando acabou meu seguro desemprego, no outro dia eu fiz meu CNPJ e meu cadastro no aplicativo de entregas. Sigo vendendo lá, mas pretendo montar minha loja física”, fala.

Milla fala que o que importa é ter perseverança e coragem para empreender. “Comecei fazendo com o que eu tinha e com o próprio dinheiro do empreendimento. Fui usando para comprar equipamentos como fogão, geladeira e outras coisas. Já o dinheiro do seguro eu usava para os gastos com o bebê. Agora estou conseguindo conquistar uma clientela maior e fiel e estou muito feliz.”

Milla faz bolos festivos para quem tem restrições alimentares ou prefere ter uma alimentação mais saudável — Foto: Arquivo pessoal

Milla faz bolos festivos para quem tem restrições alimentares ou prefere ter uma alimentação mais saudável — Foto: Arquivo pessoal

Alimentação inclusiva

A empresária fala que após fazer os testes com produtos e ver que a aceitação foi boa ela resolveu fechar totalmente seu seguimento e ficar na alimentação inclusiva. “Gosto muito da alimentação inclusiva, cozinhar é um modo de amar os outros, eu amo a ideia de levar doces inclusivos a pessoas que não têm opções, torna o trabalho ainda mais especial”, fala.

Atualmente, Milla atende atende pessoas intolerantes a glúten, lactose, diabéticos, alérgicos à proteína do leite ou caseína. Ela faz todos os tipos de doces além de bolos festivos para pessoas que têm algum tipo de restrição alimentar.

A chef conta que após o Natal ela pensou que teria que abrir mais o leque de produtos que ofertaria para o público, já que os chocotones não teriam mais tanta saída.

“Em janeiro eu pensei: ‘preciso me especializar nisso porque não vai dar mais para vender chocotone’. Então, pensei em alternativas e vi que queria realmente focar em fazer doces low carb e outros produtos para pessoas com restrições alimentares. Peguei o dinheiro que eu tinha vendido as coisas no Natal e comprei um curso caro, mas pensei que valeria a pena investir. Comecei a fazer outros doces a partir desse curso e depois comecei a criar as minhas próprias receitas.”

Além de doces, chef também faz salgados para quem tem restrições alimentares — Foto: Arquivo pessoal

Além de doces, chef também faz salgados para quem tem restrições alimentares — Foto: Arquivo pessoal

Estratégia de divulgação

A empresária diz que a chave da sua divulgação primeiramente foram os amigos que ela e o marido têm e que já conheciam o trabalho dela como chef.

“Eu sempre divulgada meu trabalho do supermercado no instagram, treinamentos, receitas e novidades. Eu também tinha um instagram que era um espaço que eu tinha com um amigo que também é chef. Nós criamos essa marca juntos, eram os jantares que nós fazíamos, as pessoas diziam o que gostavam de comer, se tinha alguma intolerância e, a partir disso, a gente montava um cardápio. O nosso foco era utilizar técnicas culinárias do mundo com temperos regionais que sempre foi minha paixão e que eu amo muito ainda”.

Ela conta que as redes sociais foram sua principal estratégia de divulgação. Uma delas foi procurar um público que se interessasse na alimentação saudável e também de pessoas que tinham restrições alimentares.

“No final de dezembro do ano passado eu tinha 186 seguidores agora eu tenho mais de 2,7 mil. Comecei a fazer uma estratégia de marketing agressiva, postar todos os dias stories, postar produção, utilizar a marcação em Rio Branco, utilizar hashtags. Ia em páginas de academias, loja de produtos naturais, seguia as pessoas que estavam nessas páginas. Fui atrás do meu público. Depois fui na página da Associação de Diabéticos e comecei a seguir todo mundo, então, o negócio é ir atrás do seu público”, finaliza.

Atualmente, Milla atende atende pessoas intolerantes a glúten, lactose, diabéticos, alérgicos à proteína do leite ou caseína — Foto: Arquivo pessoal

Atualmente, Milla atende atende pessoas intolerantes a glúten, lactose, diabéticos, alérgicos à proteína do leite ou caseína — Foto: Arquivo pessoal

Por G1

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