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Para combater a Covid-19, projeto de indígenas leva alimentos, materiais de higiene e conscientização a comunidades huni kui no AC

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Projeto intitulado ‘Combate à Covid-19 nas Comunidades Huni Kui’ atende 116 aldeias e mais de 116,5 mil indígenas huni kui desde o início da pandemia da Covid-19.

O projeto social ‘Combate à Covid-19 nas Aldeias Huni Kui’ tem levado alimentos, equipamentos de Proteção Individual (EPIs), produtos de higiene e conscientização ao povo huni kui, no Acre. O objetivo é tentar proteger e evitar que o novo coronavírus se prolifere nas comunidades.

(Esta história faz parte da série Gente que inspira, que mostra iniciativas que estão levando esperança a comunidades no momento mais crítico da pandemia.)

No total, segundo o presidente da Federação do Povo Huni kui do Acre (Fephac), Ninawá Inu Huni kui, o projeto atende 116 aldeias que ficam em 12 territórios no interior do Acre, espalhados pelos municípios acreanos de Marechal Thaumaturgo, Santa Rosa do Purus, Jordão, Feijó e Tarauacá.

Desde o início da pandemia, ao menos 16.450 índios da etnia huni kui já foram atendidos pela ação.

“É um projeto de medidas preventivas para tentar conter o avanço da Covid-19 nas aldeias. É uma ação que presta auxílio tanto com alimentos, como proteção, para tentar manter as comunidades informadas e longe do contágio da doença”, explica Ninauwá.

No total, 116 aldeias são atendidas pelo projeto social — Foto: Ninawá Inu Huni kui/Fephac

No total, 116 aldeias são atendidas pelo projeto social — Foto: Ninawá Inu Huni kui/Fephac

Doações

O presidente da Fephac diz que o projeto conta com ajuda de doações e que a associação tem feito de tudo para conseguir atender a demanda e ajudar os indígenas em um momento em que eles estão impedidos de sair das aldeias até para tentar trabalho.

“A princípio, a gente tem conseguido doações de organizações no exterior e através de um convênio com o Banco do Brasil, que ajuda na aquisição de produtos agrícolas produzidos nas próprias comunidades.”

Ele fala que dentro das cestas básicas há alimentos, produtos de higiene e proteção. “As cestas básicas vêm com 16 itens, ou 11 itens, no geral de material de higienização e limpeza, máscaras e EPIs. Além disso, também distribuímos informativos que explicam as formas de contágio e como se proteger da Covid-19”, acrescenta.

Para combater a Covid-19, projeto idealizado por indígenas leva alimentos e materiais de higiene a comunidades huni kuin no AC — Foto: Ninawá Inu Huni kui /Fephac

Para combater a Covid-19, projeto idealizado por indígenas leva alimentos e materiais de higiene a comunidades huni kuin no AC — Foto: Ninawá Inu Huni kui /Fephac

Comunidades e o contato com o vírus

Ninawá fala que algumas comunidades, por estarem mais próximas da cidade, tiveram mais contato com o vírus e que outras, que ficam mais distantes, conseguiram se manter com poucos contaminados ou até nenhum.

“Algumas terras indígenas, a maioria, na verdade, das que nós atendemos, são bem próximas da cidade, então, são áreas já que sofreram grandes explorações, cercadas por fazendeiros, exploradas por madeireiros e eles não contam mais com a caça, peixes que consiga alimentar toda uma comunidade, então, essas comunidades menores dependem da cidade para comprar carne, arroz”, diz.

Mais de 16 mil indígenas já foram atendidos desde o início da pandemia no Acre — Foto: Ninawá Inu Huni kui/Fephac

Mais de 16 mil indígenas já foram atendidos desde o início da pandemia no Acre — Foto: Ninawá Inu Huni kui/Fephac

O líder indígena fala ainda que em algumas a associação conseguiu fazer com que poucos índios deixassem as terras para evitar o contato com a vírus.

“Algumas ficaram mais isoladas por conta da pandemia e a gente foi trabalhando a questão da mobilização e conscientização que eles não saíram, mas não é uma coisa fácil. Essas aldeias que estão mais distantes das cidades a gente também têm atendido, só que há uma dificuldade maior por conta da distância”, acrescenta.

Ninauwá conta ainda que após um ano de pandemia a dificuldade em fazer com que os indígenas não saiam das aldeias é maior. “No começo foi feito isso, as pessoas ficavam mais nas aldeias, poucas pessoas saiam, mas agora cada um sai para fazer sua precisão, não todos ao mesmo tempo, mas eles vão na cidade resolvem suas coisas e voltam para a aldeia”.

Situação da Covid-19 entre os indígenas — Foto: Comissão Pró-Índio/Acre

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Covid-19 entre os indígenas

De acordo com dados da Comissão Pró-índio do Acre, até a última quinta-feira (18), 2.568 indígenas de todas as etnias foram contaminados pela Covid-19. Os dados foram repassados às comissão pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre).

A comissão informa que não tem dados específicos por etnias, porém, a entidade diz que pode haver uma subnotificação sobre o número de indígenas infectados. A Pró-índio disse ainda que está focada em trabalhar na campanha de vacinação, que está em andamento em todas as terras Indígenas no Acre. De acordo com o Portal de Informações sobre o Combate à Covid-19 do governo do Acre, 8.240 indígenas já foram vacinados no estado.

Líder indígena diz que projeto recebe apoio de entidades de fora do Brasil e do Banco do Brasil — Foto: Ninawá Inu Huni kui/Fephac

Líder indígena diz que projeto recebe apoio de entidades de fora do Brasil e do Banco do Brasil — Foto: Ninawá Inu Huni kui/Fephac

Via: G1

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