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Operação Acolhida interiorizou mais de 50 venezuelanos no Acre, diz governo federal

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Ao todo, 56 cidadãos da Venezuela que estavam em Roraima e passaram pelo processo de interiorização foram distribuídos pelo governo brasileiro em três municípios acreanos. Imigrantes estão em Rio Branco, Tarauacá e Cruzeiro do Sul.

O governo brasileiro anunciou nessa terça-feira (20) que 56 venezuelanos foram interiorizados no Acre — ou seja, foram recebidos pelos postos da Operação Acolhida na Região Norte e, após uma série de procedimentos, estão realocados em situação regular em três municípios do estado.

De acordo com o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, esses cidadãos da Venezuela estão cadastrados como residentes, refugiados ou mesmo como solicitantes de refúgio com processo ainda em andamento.

Em todo país, mais de 50 mil venezuelanos já foram interiorizados por meio da operação e realocados em em mais de 670 municípios brasileiros.

Os dados são de março de 2019 até março deste ano. Conforme o levantamento, o mês com maior número de venezuelanos interiorizados no estado do Acre foi agosto de 2020, quando foram registrados 13 procedimentos. No mês passado, dois imigrantes foram interiorizados no estado.

Desse total de cidadãos da Venezuela que estavam em Roraima e passaram pelo processo de interiorização, 48 foram distribuídos para a capital acreana, Rio Branco, cinco para Tarauacá e três para Cruzeiro do Sul, no interior do estado.

Imigrantes em semáforos de Rio Branco pedindo ajuda financeira  — Foto: Tácita Muniz/G1

Imigrantes em semáforos de Rio Branco pedindo ajuda financeira — Foto: Tácita Muniz/G1

Fluxo migratório

O fluxo de imigrantes da Venezuela para o Brasil aumentou consideravelmente depois de 2018, quando a crise econômica e política no regime de Nicolás Maduro se tornou ainda mais aguda. Muitos dos venezuelanos atravessaram a fronteira em Roraima, cidade na fronteira que tem um posto da Operação Acolhida.

Ao todo, o governo federal estima que cerca de 260 mil venezuelanos residam atualmente no Brasil — independentemente da condição: refugiado, solicitante de refúgio ou residente. Não necessariamente todos esses precisaram ou precisariam passar pelos procedimentos de interiorização da Operação Acolhida.

Com a entrada desses imigrantes, muitos chegam ao Acre e é comum encontrá-los nos semáforos pedindo ajuda financeira para bancar as despesas pessoais.

No final de 2019, um grupo de 60 indígenas da etnia Warao, a maior da Venezuela, chegou ao Acre em busca de refúgio e abrigo. Em junho do ano passado o Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou um procedimento administrativo para investigar famílias que usam os filhos para pedir dinheiro e outros tipos de ajuda nas ruas e semáforos de Rio Branco.

Em outubro do ano passado, o MP criou o projeto ‘Infância Protegida’ para que esses grupos de imigrantes conheçam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e não deixem as crianças em situação de vulnerabilidade.

Durante a pandemia, o Acre presenciou a chegada e retenção de muitos imigrantes que usam o estado como rota para sair do país. Com as fronteiras fechadas, a situação ficou tensa em fevereiro deste ano, na cidade de Assis Brasil, quando um grupo chegou a fechar a Ponte da Integração, que liga o Brasil ao Peru. Os imigrantes deixaram o local, após ordem judicial.

G1 ACRE

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