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ONG monta guia para ajudar no resgate de animais silvestres afetados pelas queimadas no Acre

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A SOS Amazônia, com o apoio do WWF – Brasil, montou um guia que reúne as estratégias para recuperar a fauna atingida pelo fogo no Acre. Até domingo (22), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) havia registrado 2.675 focos de incêndio em todo o Acre.

A iniciativa começou ainda no ano passado, com palestras e reunião de vários órgãos ambientais, que montaram estratégias de resgate e recuperação da fauna atingida pelos incêndios, principalmente no período de estiagem, quando essas ocorrências são mais comuns.

O levantamento dos bombeiros deste ano mostra que entre o mês de maio até 11 de agosto foram resgatados 759 animais, o que representa um aumento de 5% comparando com o mesmo período de 2020 quando foram feitos 721 resgates.

Além desse aumento, os números dos meses de maio, junho e julho e os primeiros dias de agosto representam quase metade dos resgates feitos durante os primeiros seis meses do ano, que teve um número de 1.764, entre janeiro a junho.

Wendeson Castro, coordenador do Projeto Brigadas Amazônia da SOS Amazônia, explica que o material foi montado com o apoio das secretarias de Meio Ambiente, Educação, Instituto Federal do Acre (Ifac) e membros da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Todo esse estudo se tornou uma guia com relação a esses procedimentos de fauna, desde o resgate até o encaminhamento para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).

“Trabalhamos com vários agentes para construir esse roteiro, porque, até então, não existia um material de orientação e também com procedimento mais metodológico, principalmente com fauna. Fizemos uma oficina, que chamamos de: ‘cuidados e procedimentos de resgate de fauna’ para construir um material durante esse tempo”, explica Castro.

Todas as informações da oficina foram compiladas com ajuda do Corpo de Bombeiros, professores da universidade, com especialidades em mamíferos, répteis e um componente de invertebrados. Tudo isso para que as orientações fossem voltadas para diversas espécies.

Já este ano, em agosto, a equipe da SOS Amazônia esteve em Feijó em Cruzeiro do Sul levando essa material para instituições públicas que trabalham no combate ao fogo. Em setembro deve ocorrer o lançamento oficial desse guia.

Animais sofrem com queimadas no estado  — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros Acre

Animais sofrem com queimadas no estado — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros Acre

“São orientações básicas. Nas cidades, estamos trabalhando quatro horas dando orientações básicas, apresentando o material para os brigadistas voluntários na cidade”, destaca.

Pelo relatório da sala de situação, divulgado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Feijó lidera o ranking de queimadas. Até sexta (20), só Feijó registrou 562 focos de incêndio.

Desde 2019, os brigadistas se revezam em grupos de 4 pessoas que ficam na corporação das 14h às 19h. Em contraponto, eles recebem apenas uma cesta básica no valor de R$ 200 a R$ 300 por parte da prefeitura.

Com o projeto, a SOS Amazônia está conseguindo pagar alguns desses brigadistas, segundo o coordenador. “Por enquanto estamos conseguindo pagar, pagamos quatro em agosto e vamos pagar mais quatro em setembro”, pontua.

Animais fogem das queimadas e acabam aparecendo em áreas urbanas  — Foto: Asscom/Bombeiros Acre

Animais fogem das queimadas e acabam aparecendo em áreas urbanas — Foto: Asscom/Bombeiros Acre

Animais são obrigados a fugir

Felipe Santiago, dos bombeiros, faz o alerta e diz que as ocorrências com animais silvestres aumentam de forma significativa durante as queimadas porque os animais são obrigados a fugir.

“Com o início destas queimadas, que são sazonais na nossa região, um costume que foi criado no estado do Acre nesse período, muitos animais sofrem tanto porque perdem seu habitat como são obrigados a vir para a parte urbana”, pontua.

Além disso, Santiago ainda diz que, além dos resgates, o maior problema é que muitos destes animais acabam não sobrevivendo por não conseguirem fugir das chamas.

“Daí a quantidade de capturas e resgate de animais aumenta nossa demanda, como também alguns chegam a morrer durante os incêndios florestais, principalmente, por causa de incêndios que se alastram rapidamente, devido essa época ser favorável para isso e quando o animal tenta fugir, já não consegue”, conclui.

Via-G1

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