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No dia das crianças, menino de Tarauacá remexe lixo e cata latinhas para vender e sobreviver

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O dia 12 de outubro, data marcada por comilanças, brinquedos e muita diversão, nem sempre é a mesma alegria e festança para todas as crianças do Acre. Nesta terça-feira (12), um registro fotográfico feito pelo jornalista Raimundo Accioly, de Tarauacá (AC) mostrou uma criança vasculhando lixo, logo no início da manhã, para colher latinhas e conseguir dinheiro.

Nas redes sociais, Accioly afirmou que indagou sobre o porquê de ele estar tão cedo nas ruas catando latinhas em meio à sujeira.

No dia das crianças, jornalista registra menino catando latinhas no lixo para prover sustento em Tarauacá. Foto: Reprodução/Raimundo Accioly.

“Parei ao lado e conversei com ele. Me disse que um homem compraria as latinhas. Perguntado, ele disse que não sabia o que ia comer hoje. Esta cena reflete uma triste realidade”, falou.

O jornalista complementou, ainda, que resolveu fazer a postagem nas redes sociais para que as pessoas refletissem sobre como as desigualdades sociais atingem o cotidiano das pessoas. “Postei para chamar atenção de todos, especialmente os que estão no poder geral”, finalizou.

DESIGUALDADE INFANTIL

Um panorama realizado pela Fundação Abrinq em 2021 mostra um retrato de como a pandemia de Covid-19 tem impactado o cotidiano de muitas crianças pelo Brasil.

A pesquisa, intitulada “Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2021”, afirma que cerca de 9,1 milhões de pequenos e pequenas vivem em situação de extrema pobreza. Na prática, é o mesmo que viver com menos de R$280 mensais. Além disto, mais de 1,7 milhão de crianças estão em situação de trabalho infantil.

Com relação à situação de desnutrição no país, a região Norte é a que mais apresenta crianças neste tipo de situação, com o percentual proporcional de 5,8%. Ou seja, são menores que não têm acesso a uma alimentação minimamente balanceada, ou que sequer têm algo para comer.

É importante ressaltar que um dos objetivos da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), é de “erradicar a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e as pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças e idosos, a alimentos seguros, culturalmente adequados, saudáveis e suficientes durante todo o ano”.

Por Raimundo Accioly

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