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Musk diz vender ações da Tesla se ONU mostrar como resolver a fome no mundo

Resposta foi direcionada a diretor da ONU, que afirmou que 2% da fortuna de Musk ajudaria a resolver a fome

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Elon Musk se ofereceu para vender “agora” algumas de suas ações da Tesla se a ONU provar que US$ 6 bilhões resolverão a fome no mundo.

Seus comentários foram feitos depois que o diretor do Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP, na sigla em inglês), David Beasley, desafiou os muito ricos – e em particular os dois homens mais ricos do mundo, Jeff Bezos e Musk – a se juntarem para ajudar a resolver o problema da escassez de alimentos. A provocação foi feita em entrevista da autoridade à CNN, na semana passada.

“US$ 6 bilhões para ajudar 42 milhões de pessoas que literalmente morrerão se não as alcançarmos. Não é complicado”, disse Beasley no programa “Connect the World”, da CNN International, com Becky Anderson. Essa soma equivaleria a cerca de 2% da riqueza líquida de Musk.

Em uma postagem, no domingo (31), o executivo-chefe da Tesla disse que, “se o WFP puder descrever neste tópico do Twitter exatamente como US$ 6 bilhões resolverão a fome mundial, venderei ações da Tesla agora mesmo e farei isso”.

“Mas deve ser uma contabilidade de código aberto, para que o público veja precisamente como o dinheiro é gasto”, acrescentou.

Beasley respondeu à postagem de Musk no Twitter, convocando a Tesla a trabalhar com a ONU para comprovar os números. “Sua equipe pode analisar e trabalhar conosco para ter total confiança nisso”, disse Beasley.

“$ 6 bilhões não vão resolver a fome mundial, mas vão prevenir a instabilidade geopolítica, a migração em massa e salvar 42 milhões de pessoas à beira da fome. Uma crise sem precedentes e uma tempestade perfeita devido à Covid/conflitos/crises climáticas”, acrescentou.

Dirigindo-se aos bilionários diretamente na entrevista à CNN, ele disse: “E se fosse sua filha morrendo de fome? E se fosse sua família morrendo de fome? Acorde, anime-se e ajude”.

Na segunda-feira, Musk tinha um patrimônio líquido de US$ 311 bilhões, de acordo com o Índice de Bilionário da Bloomberg, o que o tornava o homem mais rico do mundo.

O patrimônio líquido dos bilionários dos Estados Unidos quase dobrou desde o início da pandemia, chegando a US$ 5,04 trilhões em outubro, de acordo com os grupos progressistas Institute for Policy Studies e Americans for Tax Fairness.

Na semana passada, a Tesla se tornou a sexta empresa na história dos Estados Unidos a valer US$ 1 trilhão e a segunda mais rápida a atingir esse marco, depois do Facebook.

“Tempestade perfeita”

Uma “tempestade perfeita” com a junção de várias crises, entre elas, as da Covid-19 e mudança climática, significa que muitas nações estão “batendo à porta da fome”, disse Beasley durante o programa da CNN.

Uma série de novos relatórios do governo Biden emitiu um alerta importante na semana passada: os efeitos da mudança climática serão de amplo alcance e representarão problemas para todos os governos.

Metade da população do Afeganistão – 22,8 milhões de pessoas – enfrenta uma crise aguda de fome, de acordo com um relatório do WFP, divulgado nesta segunda-feira (1º). O desemprego galopante e uma crise de liquidez significam que o país está à beira de uma crise humanitária e 3,2 milhões de crianças menores de cinco anos estão em risco, concluiu o relatório.

Entre os relatórios, o governo detalha como as mudanças climáticas estão impulsionando a migração, a primeira vez que o governo dos Estados Unidos reconhece oficialmente a ligação entre as mudanças climáticas e a migração.

“Por exemplo, considere os Estados Unidos e a região da América Central, o Corredor Seco, Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua – apenas nessa área”, disse Beasley, na terça-feira (26). “O clima está mudando (nessas regiões) com furacões e enchentes; é simplesmente devastador”, diz a autoridade da ONU, que ressalta a possibilidade de os eventos climáticos destruírem a produção local e dificultar o acesso a comida na região.

Na Etiópia, o WFP estima que 5,2 milhões de pessoas precisem urgentemente de assistência alimentar na região de Tigray, onde a primeiro-ministro, Abiy Ahmed, lidera uma grande ofensiva contra a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF) desde o ano passado. Desde então, milhares de civis foram mortos, enquanto mais de 2 milhões foram deslocados.

Organizações humanitárias, como o WFP, destacam que a ofensiva tem agravado a fome em Tigray. Os grupos têm trabalhado para levar suprimentos aos necessitados na região.

“Eu não sei de onde eles estão conseguindo a comida”, disse Beasley. “Estamos sem dinheiro para pagar nosso pessoal e conseguir combustível, o que nos impede de deslocar nossos caminhões”, disse Beasley.

(O texto é uma tradução. Leia os originais sobre o pronunciamento do diretor da ONU e a resposta de Musk.)

  • CNN

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