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Mulher mostra rosto desfigurado e diz que foi agredida em abordagem policial; PM abriu apuração interna

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Moradora de Bauru (SP) disse que estava com o carro estacionado e foi agredida pelo policial ao tentar sair do veículo. Segundo relato dos PMs, eles avistaram um carro transitando com os faróis apagados, deram sinal de parada e ao se aproximarem os ocupantes estariam com forte odor etílico, porém embriaguez não ficou comprovada.

A Polícia Militar instaurou um inquérito para apurar a conduta de policiais envolvidos em uma abordagem no bairro Fortunato Rocha Lima, em Bauru (SP). A mulher abordada alegou ter sido agredida por um dos PMs e ficou com o rosto desfigurado em decorrência das agressões.

Um boletim de ocorrência foi registrado por desacato, embriaguez ao volante e lesão corporal decorrente de oposição à intervenção policial depois da ação, ocorrida na madrugada do dia 5 de fevereiro.

A motorista, Liliane Borges Monteiro, de 49 anos, contou a reportagem que estava com o veículo estacionado durante a abordagem policial e, por isso, não havia como estar dirigindo embriagada. Disse também que o policial a ofendeu durante a abordagem e como ela respondeu ao xingamento foi dada a voz de prisão por desacato e as agressões teriam começado.

“Ele pediu para abrir a porta [do carro] porque eu estava presa e quando abri ele já deu um murro no meu olho e me puxou pelo shorts. Acabei batendo o nariz na porta do carro, ele me puxava pelo fundo do meu shorts, pela minha blusa, tanto que minha blusa rasgou.”, conta.

Ainda de acordo com o relato de Liliane, ela foi arrastada pelos cabelos enquanto tentava sair do veículo e o policial a jogou com o rosto virado para o chão. Ela sofreu vários ferimentos, precisou levar pontos no nariz e fazer uma tomografia. Ainda segundo a vítima, quando ela estava no chão o policial chegou a colocar o joelho no pescoço dela.

Vítima precisou dar pontos no nariz e ficou com o rosto inchado após as agressões em Bauru  — Foto: Arquivo pessoal

Vítima precisou dar pontos no nariz e ficou com o rosto inchado após as agressões em Bauru — Foto: Arquivo pessoal

A mulher também afirma que em nenhum momento foi solicitado a ela que fizesse o teste do bafômetro. A vítima disse ainda que procurou a corregedoria da Polícia Militar para denunciar as agressões.

No boletim de ocorrência, os policiais informaram que estavam em patrulhamento pelo bairro quando se depararam com um veículo transitando com faróis apagados e o limpador traseiro ligado, apesar de não estar chovendo. Ainda de acordo com o relato da PM, um dos policiais abordou a motorista e teria constatado que ela e o passageiro apresentavam forte odor etílico.

Porém, ainda segundo o relato no B.O, Liliane não apresentava sinais de embriaguez no momento do registro da ocorrência, portanto não foi solicitado pela autoridade policial a realização de exame médico para constatar se houve consumo de bebida alcoólica.

Segundo o relato dos PMs no registro policial, eles pediram para que a motorista fizesse o teste de etilômetro, mas ela se recusou. Por isso, eles avisaram que ela seria autuada e que, se ninguém pudesse buscar o veículo, ele seria apreendido.

Segundo Liliane, nesse momento um morador que testemunhou a abordagem teria se oferecido para levar o carro e o policial não teria deixado. Depois disso, conforme os policiais, a mulher teria ofendido a equipe e, quando o guincho foi acionado, se recusou a sair do carro. Os PMs disseram ainda que, ao ser retirada do veículo, ela investiu contra o policial que acabou derrubando a mulher, fazendo com que ela batesse o rosto no chão.

Em nota, a PM informou ainda que, como ela se recusou a sair do veículo, “um dos policiais segurou-a pelo braço pedindo para que saísse do carro, porém, ela não obedeceu à ordem e investiu contra os militares, sendo necessária a utilização do uso escalonado e moderado da força para contê-la”.

Segundo a Polícia Militar, foi instaurado um inquérito policial militar para apurar a conduta dos policiais envolvidos na abordagem.

G1 BAURU E MARÍLIA

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