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Milícia recruta detentos contra Ucrânia em troca de redução de pena

Depois de quatro meses de combates, o Exército de Vladimir Putin parece estar tendo dificuldades para recrutar novos soldados.

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A ofensiva russa continua intensa na Ucrânia. Depois de quatro meses de combates, o Exército de Vladimir Putin parece estar tendo dificuldades para recrutar novos soldados. O grupo paramilitar Wagner estaria oferecendo redução de pena a presos comuns, em troca de lutar pela Rússia, segundo reportagem da rádio France Info

O chamado grupo Wagner não existe oficialmente, mas seus efetivos atuam paralelamente em conflitos que envolvem a Rússia ou aliados. A milícia faz campanha de recrutamento, conta a France Info, na prisão de Obukhovo, em São Petersburgo. A informação correu rápida entre os detentos: quem se dispor a combater durante seis meses na frente da guerra na Ucrânia pode ter redução de pena.

A redução pode ser inclusive uma anistia total, segundo uma russa cujo namorado cumpre pena por tráfico ilegal de drogas nessa penitenciária. Ela ouviu falar da proposta por uma companheira de outro detento e seu namorado confirmou que “só se fala disso” naquela prisão.

Imagem: Arte UOL

Combates acirrados no leste da Ucrânia

Pelo menos 15 pessoas morreram no domingo (10), após ataques a um prédio em Chasiv Yar, ao norte de Donetsk. Mais de 20 pessoas podem ainda estar sob os escombros, segundo equipes de resgate, que temem que o número de mortos possa aumentar.

“Somos utilizados como bala de canhão”, explicou um ex-mercenário em entrevista à TV France 2, exibida em maio. Marat Gabidullin, 48 anos, estava na prisão há três anos por homicídio quando ouviu falar do grupo Wagner.

Marat foi recrutado e lutou em 2015 no Donbass, ao lado de pró-russos e depois na Síria, aliada do Kremlin. O salário em combate era bastante atraente, cerca de ? 3 mil. Sua história virou um livro, em que ele critica principalmente o suposto líder do grupo Wagner, Dmitri Outikine, descrito como uma pessoa que age fora da lei, sem qualquer princípio moral.

Um outro documentário, “Wagner, o exército da sombra de Putin” foi exibido na França pela TV France 5, em fevereiro, poucos dias antes do início da guerra na Ucrânia. A reportagem mergulha no funcionamento do grupo paramilitar russo e suas ações na Líbia, República Centro-Africana e Mali.

O documentário cita as práticas violentas do grupo Wagner: execuções sumárias, estupros, captura de bens de vítimas e espionagem. O desenvolvimento da rede Wagner tem três pilares: combate, enriquecimento e desinformação, explica Ksenia Bolchokova, co-diretora do documentário, ao lado de Anne Jousset.

A França concluiu em junho a sua retirada militar do Mali, após nove anos de mobilização, pressionada pela junta militar no poder desde agosto de 2020 em um contexto de relações tensas entre Paris e Bamako. O governo francês e seus aliados acusam a junta do Mali de recorrer aos polêmicos mercenários da empresa Wagner, que as autoridades do país africano apresentam, no entanto, como instrutores russos.

(Com informações da AFP)

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