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Média-metragem promete imersão na rotina do povo Noke Koi em aldeia no interior do Acre

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“Um dia e uma noite com o povo Noke Koi” é a experiência que o média-metragem Taskaya Kamanawa promete em alguns minutos que revelam o dia a dia na aldeia do povo Noke Koi, localizado no Rio Gregório, município de Tarauacá, no interior do Acre.

Um dos povos que vivem mais distantes da cidade, os chamados Katukinas são da família linguística pano e significa clã da onça pintada. As imagens divulgadas no filme foram feitas em 2017, durante uma visita de um grupo chileno na aldeia. Passados quatro anos, por meio da Lei Aldir Blanc, Alexandre Anselmo finalizou a produção.

Segundo o produtor, a ideia do filme é proporcionar uma imersão à cultura indígena desse povo que tem lutado para recuperar algumas tradições.

Em 2015, a liderança Raimundo Macário, o Koka Kostí, liderou muitas famílias que estavam ocupando terras mais próximas das rodovias para seguirem para os limites mais escondidos da terra indígena katukina para reconstruir o viver natural.

“Esse filme nasceu de uma parceria antiga, quando conheci um pajé que é um dos mais antigos e mais respeitados do povo Noke Koi. A gente se conheceu em 2006 quando eu ainda morava em São Paulo e ele é uma pessoa que já viajou para vários países como embaixador da medicina do povo dele. Sempre atendeu muita gente fazendo cura, reza e em especial o Kambô ( vacina do sapo). E em 2017 acompanhei esse grupo de chilenos na aldeia dele que iam fazer um filme para agregar aos festivais”, relembra.

Por alguns motivos, o filme não saiu, mas Alexandre decidiu usar as imagens agora para mostrar e valorizar um pouco a cultura desse povo.

Dia a dia mostra cultura indígena no Acre  — Foto: Reprodução

Dia a dia mostra cultura indígena no Acre — Foto: Reprodução

“A intenção do filme é fazer uma produção não pensando na gente, mas pensando neles [indígenas]. O primeiro corte não tem palavra em português, mas tem uma narrativa que mostra uma intimidade, é como se você passasse um dia lá na aldeia. É uma imersão”, diz.

O produtor destaca ainda que esse é um registro importante de uma comunidade indígena em reconstrução, que tentou se afastar do contexto urbano e viver mais isolado, como seus antepassados.

“Esse é um movimento feito pelo Koka para que eles pudessem recuperar as tradições e temos conseguido também apoio com lideranças para que eles voltem a trabalhar com a cerâmica e recuperação, já que passaram por muitas situações traumáticas ao conviverem mais próximos das estradas”, destaca.

Além de tudo, o média-metragem vai eternizar a figura de Koka, um dos pajés mais velhos dessa etnia. “É importante que ele seja conhecido, porque é uma pessoa que dessa geração só ele está vivo o nível espiritual dele é muito elevado”, diz.

Formado em Artes, Alexandre também coordena a ONG Baque Mirim, que faz parte do Instituto Nova Era e trabalha na proteção do patrimônio imaterial e material dos mestres tradicionais indígenas e seringueiros do estado, ajudando com que também para que sejam beneficiados com editais voltados para essas comunidades.https://aaee40f04b804747c7fe24221da3c344.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Média-metragem foi gravado em 2017 — Foto: Reprodução

Média-metragem foi gravado em 2017 — Foto: Reprodução

Via-G1

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