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Mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista denunciam falta de mediadores em escola de Rio Branco

Escola Infantil Vovó Mocinha Magalhães não tem mediador para atender crianças com necessidades especiais na capital. Pais de alunos planejam fazer protesto para exigir profissionais. Prefeitura afirma que profissionais já foram contratados e devem começar atendimento ainda esta semana.

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Mães de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras necessidades especiais da Escola Infantil Vovó Mocinha Magalhães, em Rio Branco, estão inconformadas com a falta de mediadores para os filhos no colégio. Segundo a denúncia, as aulas começaram há cerca de três semanas e em algumas não tem professor fixo.

Além disso, para atender e cuidar de todos os alunos, a direção do colégio estaria revezando das aulas.

“Meu filho vai para aula um dia sim e outro não porque a professora não tem como dar conta de uma sala com 26 crianças, sendo que quatro a cinco delas precisam de mediadores. A escola está fazendo revezamento, uma semana ele vai segunda, quarta e sexta e na outra terça e quinta”, criticou a servidora pública Cristiane Lima, que tem um filho de 4 anos matriculado na escola.

A servidora reclamou também que as aulas já iniciaram tarde, por conta da greve dos professores, e ainda há essa falta de assistência no colégio. O filho de Cristiane está no pré II e tem diagnóstico de epilepsia, atraso global do desenvolvimento e apraxia da fala.

“Está atrasando muito o desenvolvimento das crianças. É essencial para ele desenvolver a fala, além da terapia que ele faz, a escola é essencial e não tem uma continuidade necessária que ele precisa”, lamentou.

O secretário adjunto da Secretaria de Educação Municipal (Seme), Paulo Machado, afirmou que os profissionais já foram contratados e iniciam o atendimento ainda esta semana. Segundo ele, houve um aumento de alunos que precisam de atendimento especial que não foi previsto pela gestão.

“Com o retorno após a pandemia, tivemos algumas providências que foram tomadas para adequar isso. Além dos que já estavam [atendendo], trouxemos outros 53 servidores do concurso de 2019, já fizemos o chamamento e já estamos suplementando também mais 38 que vão fazer os papeis dos mediadores. Desse modo, conseguimos adequar às necessidades porque não é só nessa escola, tem outras que estão na nossa relação e recebem essa atenção específica”, argumentou.

Protesto

Um grupo de pais se organiza para fazer um protesto, nesta terça (10), em frente à Seme para cobrar providências da gestão. O filho de Maria Eduarda está sob investigação e já tem, inclusive, um laudo médico apontando que o aluno tem Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A criança foi apenas alguns dias para a escola e também não tinha mediadores. Nas últimas semanas o menino adoeceu e não foi para a aula.

“Ele gostou muito do colégio, mas, no momento, só tem uma professora. Nunca reparei se têm outras crianças que precisam de atendimento especial na sala dele, mas é importante ter”, contou.

O filho da autônoma Ingrid Figueiredo não quer mais ir para a escola devido à falta de assistência. Na sala dele, segundo a mãe, há outros três alunos com autismo, mas não há professor fixo.

“Na sala do meu filho não tem, sequer, um um professor. Os dois professores que foram disseram que não querem ficar com a turma. Não tem professor fixo imagina mediador”, finaliza.

G1

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