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Liderança Ashaninka do Acre fala sobre assassinato de jornalista e indigenista na Amazônia

Francisco Piyãko, líder indígena do povo Ashaninka do Acre, declarou que o caso “parece um pesadelo”.

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Redação Juruá Online

Dom Phillips e Bruno Pereira foram assassinados no Amazonas, quando faziam o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael até Atalaia do Norte. O caso repercutiu no mundo inteiro, inclusive lideranças indígenas brasileiras se posicionaram a respeito.

Na tarde de quarta-feira (15), uma live para discutir o caso contou com a presença da liderança indígena Francisco Piyãko, acompanhado também de Beto Marubo, coordenador da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), sendo esta a instituição que denunciou a desaparecimento dos dois.

Francisco Piyãko, líder indígena do povo Ashaninka do Acre, declarou que o caso “parece um pesadelo”.

“Parece um pesadelo, parece que não está acontecendo. A gente imagina que isso tenha acontecido puramente por eles serem dois amigos da floresta, amigos dos povos indígenas. Lembro que em 2014, numa comunidade vizinha aqui da Apiwtxa, assassinaram quatro lideranças de uma vez só, simplesmente porque lutavam para ter sua terra demarcada”, explicou Piyãko.

Também participou da live Jorge Viana, oportunidade em que relembrou a história de Chico Mendes, líder sindicalista assassinado por defender a floresta.

“Isso me remete aos últimos dias do Chico Mendes. Ele também só queria que as populações da floresta pudessem viver, ser feliz e que as florestas não fossem derrubas”, pontuou Viana.

Na oportunidade, Piyãko fez críticas também a Fundação Nacional do Índio (Funai), afirmando que o Estado ficou distante dos povos indígenas, restando a sensação de que estão abandonados.

“(…) isso é muito ruim, pois a agente percebe que o crime organizado e as frentes que tentam invadir os nossos territórios, se organizaram em coletivos para que de várias formas cheguem na nossa região. As nossas fronteiras estão desprotegidas”, declarou Piyãko.

Na tarde desta quarta-feira, os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, confessaram envolvimento no assassinato do indigenista brasileiro e do jornalista inglês.

Durante a tarde de quarta-feira, os irmãos Amarildo e Oseney, suspeitos detidos pela Polícia Federal, confessaram serem os autores dos assassinatos. Uma fonte da PF informou que as vítimas foram mortas a tiros e tiveram os corpos queimados e enterrados. Quanto a motivação, a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal na região.

Assista a live:

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