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‘Largados olímpicos’: obras prometidas para Jogos de 2016 seguem sem conclusão

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Após cinco anos, ainda serão gastos pelo menos R$ 837 milhões para cumprir promessas feitas na época, como a Estação Gávea e quatro escolas na Zona Oeste

Cinco anos após os Jogos Olímpicos terem sido realizados pela primeira vez na América do Sul, no Rio de Janeiro, os cariocas seguem à espera da entrega de boa parte do legado olímpico prometido.

Até o momento, ainda serão gastos pelo menos R$ 837 milhões para cumprir promessas feitas na época que não foram concretizadas, como a construção de quatro escolas na zona oeste e a finalização da Estação Gávea, segundo a concessionária Rio Barra e secretaria municipal de infraestrutura. 

De acordo com a segunda edição do relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as Olimpíadas de 2016, o orçamento total para os planos de políticas públicas estava estimado em R$ 24 bilhões. Os dados foram publicados na segunda edição do documento, divulgado em outubro de 2014. 

Atualmente, o Metrô carioca chega à Barra da Tijuca, alcançando a zona oeste da cidade, mas a prometida estação da Gávea, na zona sul, parte do ramal da nova Linha 4, segue incompleta e cheia de água, deixando de beneficiar cerca de 22 mil usuários por dia.

A estação está inundada com 36 milhões de litros d’água, como uma solução provisória feita por engenheiros para evitar riscos à estrutura e também aos prédios vizinhos. O valor estimado para que a obra fique pronta para uso da população é de R$ 750 milhões, segundo a Concessionária Rio Barra (CRB), detentora do contrato de concessão da linha 4.  

Enquanto isso, outra grande promessa olímpica não foi nem construída. A famosa Arena do Futuro, localizada no Parque Olímpico, ainda não foi desmontada para que suas estruturas sejam utilizadas na construção das quatro escolas municipais.

No entanto, esse legado finalmente sairá do papel com um orçamento estimado em R$ 78 milhões, segundo a secretaria municipal de infraestrutura. 

Nesta sexta-feira (23) será divulgado o resultado da licitação para a desmontagem da Arena e do Centro Aquático. A empresa que ganhar precisará usar o material que serviu para montar quadras, vestiários e arquibancadas para os jogos de handball e as disputas da natação pra construir escolas em quatro bairros da zona oeste: Rio das Pedras, Santa Cruz, Bangu e Campo Grande.

De acordo com o planejamento, cada escola terá 10 salas de aula e poderá receber 245 alunos. Contudo, a finalização da obra está prevista apenas para 2023. 

Além da Arena do futuro, foram construídos no Parque Olímpico da Barra, as Arenas 1, 2 e 3, Velódromo, Centro Olímpico de Tênis, IBC, MPC e Via Olímpica. O local ocupa uma área de 1,18 milhão de metros quadrados.

O TCU afirma que somente as arenas olímpicas foram orçadas em R$ 647 milhões.  O órgão aponta ainda diversas irregularidades cometidas pela prefeitura do Rio no “planejamento, gestão e utilização das arenas olímpicas após a realização das olimpíadas na cidade”. Todos os processos foram analisados pela equipe da CNN nesta quarta-feira (21). 

Para o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Leandro Mitidieri, as instalações do Parque Olímpico apresentam pelo menos 1,5 mil problemas estruturais.

De acordo com ele, a prefeitura do Rio também é investigada por um superfaturamento na construção do Complexo Deodoro e das Arenas Cariocas 1 e 2, Velódromo e Centro Olímpico de Tênis no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense. Atualmente, o Complexo é administrado pelo governo federal. 

“A União recebeu as instalações da Olimpíada, entregues pela prefeitura, com vários problemas e vícios e, por isso, o governo federal precisa tomar alguma medida. Sendo assim, nós recomendamos que a União requeresse todos os documentos necessários”, afirmou o procurador.

A prefeitura do Rio foi procurada, mas não houve resposta até o momento.

Via – CNN

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