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Índia supera EUA e bate recorde mundial de mortes por Covid em 1 único dia

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Índia superou os Estados Unidos e se tornou nesta quarta-feira (19) o país a registrar o maior número de mortes por Covid-19 em 24 horas do mundo.

O país já tinha superado ontem o Brasil, que até então tinha o segundo pior número de vítimas do novo coronavírus em um único dia.

Foram 4.529 óbitos na Índia nas últimas 24 horas, segundo dados oficiais, número que supera o recorde anterior de 4.475 mortes registrado pelos EUA em 12 de janeiro deste ano.

O país registrou também mais de 267 mil novos casos, elevando o total de infectados para 25,5 milhões e o de mortes, para 283 mil.

Índia é o segundo país com mais casos confirmados do mundo, atrás apenas dos EUA (32,9 milhões), e o terceiro com mais óbitos, atrás de EUA (587 mil) e Brasil (439 mil).

O país foi responsável por 33% de todas as mortes e 47% de todos os casos confirmados no mundo nos últimos 7 dias, segundo dados do “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade de Oxford.

No ritmo atual, a Índia pode superar os EUA em número de infectados em junho, segundo a agência France Presse.

Apesar dos números astronômicos, há fortes indícios de subnotificação. Especialistas acreditam que os números reais — sobretudo de mortes — podem ser de cinco a dez vezes maiores.

A segunda onda de Covid-19 devasta a Índia há seis semanas, com hospitais em colapso, sem leitos, oxigênio e remédios. Os crematórios não conseguem atender ao volume de corpos.

Crematórios improvisados têm se espalhado por pedreiras, estacionamentos e espaços abertos e falta até lenha.

Familiares de Vijay Raju, que morreu de Covid-19, choram antes de sua cremação na aldeia de Giddenahalli, nos arredores de Bengaluru, na Índia, em 13 de maio de 2021 — Foto: Samuel Rajkumar/Reuters

Familiares de Vijay Raju, que morreu de Covid-19, choram antes de sua cremação na aldeia de Giddenahalli, nos arredores de Bengaluru, na Índia, em 13 de maio de 2021 — Foto: Samuel Rajkumar/Reuters

Queda no número de casos

Desde o início de abril, o número de casos confirmados dobrou e mais de 100 mil pessoas morreram no segundo país mais populoso do mundo, que tem mais de 1,3 bilhão de habitantes.

O país registra mais de 3 mil óbitos por dia há mais de três semanas, mas o número de casos confirmados começou a cair.

Trabalhador da saúde, vestindo traje de proteção, usa swab nasal para realizar teste de Covid-19 em um bairro pobre de Gauhati, no estado de Assam, na Índia, em 17 de maio de 2021 — Foto: Anupam Nath/AP

Trabalhador da saúde, vestindo traje de proteção, usa swab nasal para realizar teste de Covid-19 em um bairro pobre de Gauhati, no estado de Assam, na Índia, em 17 de maio de 2021 — Foto: Anupam Nath/AP

É o terceiro dia seguido com menos de 300 mil infectados, após 25 dias consecutivos acima deste patamar, uma queda de mais de 30% em relação ao pico de mais de 400 mil casos do dia 6.

“A curva da pandemia está estabilizando”, afirmou V.K. Paul, diretor do grupo de trabalho da Covid-19 do governo indiano.

A pandemia parece estar atingindo um platô nas grandes cidades, mas agora se espalha pelo vasto interior rural do país, que concentra dois terços da população.

O que mais preocupa autoridades e especialistas é que as regiões mais pobres da Índia têm uma infraestrutura de saúde ainda pior do que a das grandes cidades, que está há semanas em colapso.

Falhas do governo e variantes

Os casos e mortes por Covid-19 começaram a crescer na Índia fevereiro, quando o país registrava menos de 10 mil infectados e 100 mortes por dia e o governo comemorava a “fase final da pandemia”.

A virada desastrosa é atribuída sobretudo ao governo, que autorizou que multidões se reunissem em festivais religiosos e comícios políticos.

Em meio a aglomerações, ao desrespeito a medidas de distanciamento e ao não uso de máscaras, novas variantes do coronavírus encontraram terreno fértil.

A cepa B.1.617 foi descoberta em outubro de 2020 e já tem três variações, com pequenas diferenças (a B.1.617.1, a B.1.617.2 e a B.1.617.3).

Ela se espalhou pelo país e já foi detectada em 44 nações de todos os continentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No dia 10, a OMS classificou-a como uma variante de “preocupação global” e alertou para um risco de maior transmissibilidade e características que poderiam tornar as vacinas contra a Covid-19 menos eficazes.

G1

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