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Governo Biden notifica Congresso dos EUA sobre venda de mísseis Javelin ao Brasil

A compra, segundo a Reuters, foi originalmente solicitada quando o ex-presidente Donald Trump, aliado de Bolsonaro, ainda estava na Casa Branca. Na época, Trump designou o Brasil como "aliado extra-Otan" dos EUA, o que dá ao país maior acesso a armamentos americanos.

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O Departamento de Estado americano informou nesta terça-feira que aprovou a “possível venda” ao Brasil de até 222 mísseis Javelin, considerado um dos modelos mais avançados do mundo, a um custo que pode chegar a US$ 74 milhões. A decisão, como exige a legislação americana, foi comunicada ao Congresso dos Estados Unidos.

“Essa venda proposta apoiará a política externa e os objetivos de segurança nacional dos Estados Unidos, melhorando a segurança de um importante parceiro regional que é uma força importante para a estabilidade política e o progresso econômico na América do Sul”, diz a nota divulgada pelo Departamento de Estado.

Na última segunda-feira, a agência de notícias Reuters informou que preocupações de congressistas americanos com o presidente Jair Bolsonaro e seus ataques infundados à lisura do sistema eleitoral estavam impedindo o sinal verde para a venda dos mísseis às Forças Armadas brasileiras. O pedido estava barrado havia meses em Washington, apesar, segundo a agência, do aval da área diplomática do governo do democrata Joe Biden.

A notificação do Congresso sobre a venda foi enviada hoje devido a sinais emitidos pelas comissões correspondentes do Legislativo americano de que a operação está pré-aprovada. A venda só pode ser efetivada 30 dias depois do envio da notificação e, segundo pessoas familiarizadas com o tema, dificilmente será vetada.

A compra, segundo a Reuters, foi originalmente solicitada quando o ex-presidente Donald Trump, aliado de Bolsonaro, ainda estava na Casa Branca. Na época, Trump designou o Brasil como “aliado extra-Otan” dos EUA, o que dá ao país maior acesso a armamentos americanos.

Sua aprovação pelo governo Biden demonstra, além da promoção de vendas de armas americanas,

Capaz de destruir veículos de guerra a quilômetros de distância, o Javelin ganhou fama internacional na guerra da Ucrânia, enviado por Washington para ajudar Kiev, mas é usado desde meados dos anos 1990. Fabricados pelas gigantes bélicas Lockheed Martin e Raytheon, ele pesa mais de 15 kg e permite ataques diretos (posição horizontal) ou superiores contra tanques.

Com alcance que varia de 65 metros a 4 km de distância, é considerado uma arma perigosa porque consegue atingir até helicópteros voando em baixa altitude. O treinamento para uso é mínimo e é uma arma difícil de ser detectada por radares, por causa do tamanho e mobilidade.

Segundo o texto distribuído nesta tarde, além dos 222 mísseis, o governo do Brasil pediu a compra de 33 Unidades de Lançamento do Comando de Lança. Também estão incluídos no pacote a oferta de treinamento e assistência técnica para o manejo dos equipamentos.

“A venda proposta melhorará a capacidade do Exército brasileiro de enfrentar ameaças futuras, aumentando sua capacidade anti-blindagem. O Brasil não terá dificuldade em absorver essas armas em suas forças armadas”, diz outro trecho do comunicado, destacando que “a proposta de venda desses equipamentos e suporte não alterará o equilíbrio militar básico da região”.

A nota informa que os principais contratantes serão Raytheon/Lockheed Martin Javelin Joint Venture, Orlando, FL, e Tucson, AZ. Não há acordos de compensação conhecidos propostos em relação a esta potencial venda.

O governo americano esclareceu, ainda, que o aviso de uma possível venda é exigido por lei. A descrição e o valor em dólar são para a maior quantidade estimada. O montante será menor, dependendo de como ficará o contrato e “se e quando concluído”.

O Ministério da Defesa foi procurado, mas não se manifestou.

Com informações O Globo

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