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EUA testam míssil intercontinental após adiamento para evitar tensão com a China

Minuteman III foi disparado com sucesso da base de Vanderberg, na Califórnia, e Pentágono afirma que manobra não é uma reação a 'eventos mundiais'.

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O Pentágono confirmou o teste de um míssil balístico intercontinental, na madrugada desta terça-feira, uma atividade considerada “de rotina” mas que precisou ser adiada duas vezes apenas este ano após tensões envolvendo a Rússia e a China, duas potências nucleares.

Segundo comunicado da Força Aérea, o lançamento do Minuteman III serviu para “demonstrar a prontidão das forças nucleares dos EUA, e fornecer confiança sobre a letalidade e a eficácia da dissuasão nuclear da nação”.

O míssil, que tem a capacidade de atingir alvos a até 10 mil km de distância, desta vez percorreu 6.759 km da base de Vanderberg, no estado da Califórnia, até os arredores do Atol de Kwajelein, nas Ilhas Marshall, que abriga uma das maiores bases americanas no Pacífico.

O LGM-30 Minuteman III é hoje o único míssil balístico intercontinental dos EUA baseado em terra, e compõe, ao lado dos mísseis balísticos lançados de submarinos e das bombas transportadas por bombardeiros estratégicos, a tríade nuclear dos Estados Unidos. Pelos planos do Pentágono, o míssil, em operação desde 1970, será substituído pelo LG-35A Sentinel até o final da década.

“Não se enganem: nossa tríade nuclear é a base da segurança nacional de nosso país e de nossos aliados ao redor do globo”, afirmou o coronel Chris Cruise, que supervisionou o lançamento, citado no comunicado. “Esse lançamento agendado serve para ilustrar a prontidão e a confiabilidade do arsenal de mísseis balísticos de nossa nação.”

A Força Aérea também destacou que os lançamentos foram planejados com antecedência, e não são uma reação dos EUA a “eventos mundiais”, uma referência aos muitos pontos de atrito hoje no mundo, e que, nos últimos meses, levaram ao cancelamento de testes do Minuteman III.

Em meados de março, ao menos dois testes do míssil foram cancelados depois que a Rússia pôs suas forças de dissuasão nuclear em alerta máximo, uma manobra ligada à guerra na Ucrânia. Na época, o Pentágono declarou que os adiamentos ocorreram para evitar “erros de cálculo”, embora o governo americano não tenha apontado sinais concretos de que Moscou planejava incluir suas armas nucleares em suas ações militares.

No começo do mês, outro lançamento foi adiado, desta vez por causa das tensões provocadas pela visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, ilha considerada uma província rebelde por Pequim. A viagem, que contou com a oposição dos militares americanos, provocou reações intensas dos chineses, que culminaram na realização de grandes exercícios militares nos arredores de Taiwan e no Mar do Sul da China.

Na ocasião, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, declarou que o adiamento era uma forma de mostrar que a Casa Branca “fala sério quando diz que não tem interesse em intensificar as tensões”. Ao mesmo tempo, ele considerou que as manobras militares chinesas, que incluíram o lançamento de mísseis, foram uma reação exagerada.

Com informações O Globo

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