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Empresário investigado no AM atirou contra PF por pensar ser assalto, diz defesa

Ele disparou contra agentes da PF que cumpriam mandados durante operação que investiga desvios em contratos relacionados ao aluguel do hospital de campanha para combater a Covid em Manaus

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O empresário Nilton Costa Lins Júnior, que atirou contra agentes da Polícia Federal durante o cumprimento de um mandado de prisão, na manhã desta quarta-feira (2), em Manaus, teria confundido a ação com um assalto. Ele é um dos investigados nesta quarta fase da Operação Sangria, que investiga supostas irregularidades no aluguel do complexo hospitalar usado como hospital de campanha, em Manaus, para combater a Covid-19.

Em nota divulgada pela defesa de Lins, os advogados do empresário explicam que, por conta de um roubo sofrido anteriormente em sua residência, ele pensou se tratar de um novo assalto. De acordo com a defesa, ele disparou dois tiros de alerta dentro de casa. Depois, prestou esclarecimentos aos agentes no local.

Na casa do empresário, a Polícia Federal apreendeu duas armas, ambas legalizadas. O caso será investigado.

“Foi feita a perícia técnica no local, foram recolhidas duas armas do local com posse legal para uso. As equipes estavam todas equipadas e todos os policiais com uniformes ostensivos de forma que dava para identificar que se tratava de uma operação”, afirmou o superintende da PF no Amazonas, Leandro Almada.

Segundo Almada, o local passou por perícia e envolvidos no caso serão ouvidos. “Se confirmado que ele realmente quis atirar contra os policiais, sabendo já que se tratava de uma operação, pode até responder por tentativa de homicídio contra os policiais. Mas se configurar outra ação, pode responder apenas por disparo de arma de fogo. Tudo vai depender da análise jurídica”.

Entenda o que aconteceu

  • O empresário Nilton Costa Lins Júnior, um dos investigados nesta quarta fase da Operação Sangria, disparou tiros contra a Polícia Federal durante o cumprimento de mandados em sua casa. Ele foi preso.
  • O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o secretário de Saúde do estado, Marcellus Campêlo, também estão entre os investigados.
  • A ação da PF apura supostas irregularidades no aluguel do complexo hospitalar usado como hospital de campanha para combater a Covid-19 no estado.
  • Na abertura da sessão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo comunicou o episódio dos tiros aos ministros da corte, responsável pela expedição dos mandados.”Foi uma situação bastante constrangedora e perigosa lá em Manaus”, afirmou Lindôra.
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Quarta fase da Operação Sangria

Além da prisão de Nilton Lins, foram detidos na operação Sérgio José Silva Chalub, Rafael Garcia da Silveira, Frank Andrey Gomes de Abreu, Carlos Henrique Alecrim John.

Há um mandado de prisão contra o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo, mas ele não havia sido encontrado até a última atualização desta reportagem. Em nota, ele disse que estava viajando, mas está “à disposição” da Justiça e vai “prestar todos os esclarecimentos”.

Foram cumpridos mandados de busca na casa de Wilson Lima, na sede do governo do Amazonas, na Secretaria de Saúde e na casa de Campêlo.

Hospital Nilton Lins, em Manaus. — Foto: Divulgação/Secom

Hospital Nilton Lins, em Manaus. — Foto: Divulgação/Secom

Via-G1

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