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Elon Musk tem ‘mau pressentimento’, pausa contratações na Tesla e planeja demitir 10% dos funcionários

Percentual equivale a aproximadamente 10 mil pessoas. Bilionário toma decisão em meio a perspectiva de desaceleração no crescimento da economia americana.

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O dono da Tesla, Elon Musk, disse que a fabricante de carros elétricos precisa demitir aproximadamente 10% da equipe, porque ele tem um “enorme mau pressentimento” sobre a economia, em um e-mail a que a Reuters teve acesso e citado pela Bloomberg. Na mesma semana, outro e-mail atribuído ao bilionário circulou nas redes sociais, cujo texto era enfático ao dizer à equipe executiva da Tesla que quem não retornasse ao trabalho presencial poderia ir embora.

A mensagem, intitulada “pausem as contratações no mundo todo”, foi enviada aos executivos da Tesla nesta quinta-feira, de acordo com a reportagem.

A Tesla, que possui fábricas nos Estados Unidos, na China e na Alemanha, emprega por volta de 99.290 pessoas em todo o mundo. Então, o corte de 10% dos funcionários equivale a aproximadamente 10 mil pessoas.

A filial em Austin, no Texas, chegou a cortar a força de trabalho em 7% – mais de 300 empregos – no começo de 2019.

As ações da Tesla caíram em 4,8% no começo da manhã na Bolsa de Nova York e devem impactar todo o mercado americano. Representantes da empresa não responderam a um pedido de posicionamento sobre o assunto feito nesta sexta-feira.

Ao ser perguntado sobre as declarações de Elon Musk de que tinha um “mau pressentimento” em relação à economia, o presidente Joe Biden descartou as advertências do bilionário desejando-lhe sorte nas aventuras de sua empresa no espaço.

“Enquanto Elon Musk está falando sobre isso, a Ford está aumentando seu investimento esmagadoramente” na construção de veículos elétricos com funcionários sindicalizados, disse Biden. Ele citou outros investimentos, inclusive da Intel, para rebater as advertências de Musk sobre a economia.

“Então, você sabe – muita sorte em sua viagem à lua”, disse Biden.

Musk respondeu rapidamente no Twitter, a plataforma de mídia social que ele está tentando comprar. “Obrigado, senhor presidente!”, escreveu ele, com um link para uma declaração da NASA sobre seu acordo com a SpaceX, dirigida por Musk, para ir à lua.

Os dois têm uma relação fria. Biden frequentemente elogia as conquistas de outras montadoras além da Tesla, que não possui uma força de trabalho sindicalizada. Musk, por sua vez, reclamou que o governo está trabalhando contra seus esforços e disse que votará nos republicanos nas próximas eleições.

O bilionário vive um momento turbulento assim como a Tesla. As ações da fabricante de veículos elétricos despencaram 22% desde que o bilionário anunciou o acordo para a compra do Twitter.

Queda nas vendas

Analistas disseram nesta quinta-feira que a queda nas vendas de carros novos nos EUA está alimentando temores de uma possível recessão.

Ainda nesta semana, Musk gerou um debate ao dizer aos executivos da empresa que poderiam ir embora caso não quisessem retornar ao trabalho presencial.

“Quanto mais alto seu cargo, mais visível deve ser a sua presença”, escreveu o empresário, certificando-se de que os funcionários deveriam “ficar nos escritórios por pelo menos 40 horas semanais”.

“É por isso que eu ‘morava’ na fábrica. Assim, aqueles na linha de produção me veriam trabalhando junto com eles. Se eu não tivesse feito isso, a Tesla teria falido há muito tempo”, disse Musk.

Por O Globo

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