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Educação financeira no ensino público é apoiada por 95% dos professores

Jogos e atividades ajudam no desenvolvimento do raciocínio lógico e planejamento econômico.

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Integrada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2019, a educação financeira está entre uma das importantes atividades escolares destinadas ao ensino público infantil e fundamental. Segundo um levantamento realizado pelo Instituto XP, em parceria com a plataforma digital Nova Escola, 95% dos professores apoiam o ensino para crianças e jovens, que desenvolvem, com o auxílio de tarefas, conceitos de consumo sustentável e uma noção econômica básica desde cedo.

Apesar de apoiado pelos magistrados, apenas 23% dos mais de mil entrevistados informaram ter tido contato prévio com o tema. O cenário é resultado da pandemia de covid-19, que interrompeu a implementação do ensino financeiro nas aulas devido à suspensão das atividades presenciais entre março de 2020 e meados de 2021. Ainda assim, 99% dos professores afirmaram que os aprendizados básicos de mercado, além de cálculos, são importantes ou muito importantes para os pequenos.

Para a professora Alzira de Oliveira, especialista em educação financeira, o ensino “trabalha um conjunto de comportamentos para que os jovens façam escolhas mais conscientes, se preparando para um futuro mais tranquilo”. Ela explica que as atividades auxiliam no desenvolvimento de listas de gastos, negociação de preços e meios de pagamentos, além de influenciarem no diálogo e no auxílio financeiro doméstico.

Ainda de acordo com o estudo do Instituto XP, pouco mais da metade dos professores disseram já ter inserido a educação financeira em momentos pontuais na aula, de maneira intuitiva, enquanto 64% têm uma predisposição positiva em relação a abordar questões sobre dinheiro. Por outro lado, um terço dos entrevistados relatou nunca ter abordado o tema, alegando que há a necessidade de adoção de ferramentas e conteúdos mais estruturados. 

A educadora Sueli Mello, cordenadora do Grupo de Apoio Pedagógico do Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), esclarece que a intenção da estratégia “não é introduzir a disciplina de educação financeira, mas sim de integrá-la ao conjunto de conteúdos”. “Um projeto piloto comprovou a capacidade dos alunos de se tornarem agentes da mudança de hábitos familiares. Economizar para poupar, por exemplo, entrou no planejamento de muitas famílias”, diz ela.

Entre algumas das atividades destinadas ao aprendizado econômico estão jogos e desafios. No jogo de tabuleiro “Piquenique”, por exemplo, os alunos maiores de seis anos podem imaginar um passeio ao ar livre com um grupo de amigos. Ao longo do percurso, no entanto, surgem desafios que exigem tomadas de decisões e cumprimento de responsabilidades do dia a dia, como pagamento de contas. Ao mesmo tempo, o jogo de cartas “Bons Negócios” — destinado a maiores de dez anos — aproxima os estudantes da prática de investir e abrange oportunidades de instigar a negociação.

“Além de noções de matemática e raciocínio lógico, os jogos ajudam as crianças a desenvolverem habilidades que podem ser aplicadas no dia a dia, estimulando atitudes sustentáveis como economia de água e luz, reciclagem e até alimentação saudável”, ressaltam os autores do estudo.

Via SBT News

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