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Dia do irmão: Gêmeos idênticos divertem colegas e passageiros ao trabalharem juntos como motoristas de ônibus

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Dividir o mesmo sobrenome, os mesmos pais, a mesma aparência e o mesmo útero – ao mesmo tempo – não foi o bastante para os irmãos gêmeos idênticos Duardson e Demerson. Moradores de São Vicente, no litoral paulista, eles também escolheram a mesma profissão e, como motoristas de ônibus, trabalham na mesma empresa, no mesmo horário e, por vezes, na mesma linha, em turnos diferentes, confundindo colegas de trabalho e passageiros.

Duardson Matteus Paulino da Silva e Demerson Diego Paulino da Silva, de 34 anos, moram no bairro Cidade Náutica e, há 11 anos trabalham como motoristas de ônibus das linhas gerenciadas pela empresa Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) na Baixada Santista, região do litoral paulista. Duardson, que tem três filhas e é casado com outra motorista de ônibus da mesma empresa, começou a trabalhar no local primeiro e, no mês seguinte, o irmão foi contratado.

A paixão pela profissão teve a influência da mãe, Marcia Paulino da Silva, de 68 anos. “Minha mãe tinha um transporte alternativo na cidade, era proprietária e motorista. Começamos trabalhando como cobradores e, depois, como motoristas. Gostamos muito disso e decidimos que essa seria nossa profissão”, conta Duardson.

A mãe dos gêmeos também sempre se esforçou para eles permanecessem unidos por toda vida, apaziguando as brigas quando mais novos e os apoiando. Após o falecimento do pai da dupla, há quatro anos atrás, eles se uniram ainda mais.

Eles se encontram diariamente na empresa, onde iniciam os turnos na madrugada, realizando o transporte de funcionários na madrugada. Depois, Demerson faz algumas viagens da linha 936 (Cubatão a Santos) e Duardson da linha 900 (São Vicente a Santos). Em alguns turnos, eles acabam trabalhando na mesma linha, em momentos diferentes, o que já gerou diversas situações inusitadas com passageiros.

“Meu irmão é mais fechado e as pessoas que não sabem que somos gêmeos estranham. Às vezes, as pessoas chegam e reclamam para ele que uma hora ele está alegre, na outra está mais fechado, não fala muito, e ele tem que explicar que não somos as mesmas pessoas”, explica Demerson.

Gêmeos idênticos conversaram com o G1 sobre a experiência de trabalharem juntos e serem confundidos constantemente, em São Vicente, SP — Foto: Divulgação/EMTU

Gêmeos idênticos conversaram com o G1 sobre a experiência de trabalharem juntos e serem confundidos constantemente, em São Vicente, SP — Foto: Divulgação/EMTU

Mesmo estando juntos todos os dias, eles não costumam brigar muito e levam as brincadeiras e confusões que os amigos e passageiros fazem de uma forma leve. “Estamos sempre juntos, vamos trabalhar e depois nos encontrarmos, todo final de semana tomamos café juntos, mesmo que um saia antes, um sempre espera o outro”, relata Duardson.

O motorista ainda conta que, mesmo fora do trabalho, gosta de passar tempo com irmão. “Eu só saio de férias com meu irmão, se for sem ele eu nem quero. Depois que perdemos nosso pai, ficamos mais unidos ainda, e sempre cuidando da nossa mãe também”, diz.

Desde crianças, o fato de serem gêmeos renderam diversas situações inusitadas. Um sempre gostava de ficar na sala do outro na escola, por isso, os professores tiveram que juntá-los na mesma turma. Quando um aprontava, o outro acabava sendo confundido, no entanto, eles nunca se entregavam. “Um defendia o outro. A gente preferia se dar mal juntos do que um entregar o outro, mas bagunçávamos bastante”, relata Demerson, que mora junto com a mãe.

Atualmente, já acostumados a andarem sempre com uma foto juntos para comprovarem a outras pessoas que são irmãos gêmeos, eles continuam se divertindo juntos e valorizam muito a companhia um do outro. Neste domingo (5), quando é celebrado o Dia do Irmão, eles vão trabalhar, mas, no final do turno, vão se encontrar para tomarem o tradicional ‘cafezinho da tarde’ que tomam todo fim de semana.

“Ele sempre me apoia nas coisas, sempre fez tudo por mim. Meu irmão é a minha vida, é a minha metade, sou muito apegado a ele. No dia do irmão vamos trabalhar juntos e, depois, vamos para a casa da minha mãe tomar nosso cafezinho”, afirma Duardson.

Demerson conta que mesmo após o irmão casar, ele procurou uma casa no mesmo bairro em que moravam. Morando a cerca de 10 minutos a pé da residência do irmão, ele esclarece que sempre está animado para vê-lo.

“Meu irmão representa tudo para mim, ele é minha metade. Eu não vejo minha vida sem ele. Nossa mãe fica muito orgulhosa de nos ver unidos, ela sempre foi uma das pessoas que mais lutou para que a gente se mantivesse junto, ela e meu pai. Eles são a minha vida”, conclui.

Via-G1

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