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Devota de Aparecida, professora cria empreendimento familiar que produz artigos religiosos no Acre

Três gerações fazem parte do Art em Família, criada em meio à pandemia. Artigos com a imagem da Padroeira do Brasil são os mais encomendados.

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No dia em que se celebra o Dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, o g1 conta a história da família da professora Minéia Spoltore, devota da Santa, e que viu no artesanato religioso uma alternativa de se manter forte na crise causada pela pandemia e que atualmente se tornou um empreendimento familiar, que reúne as três gerações da família em Rio Branco.

Foi em maio do ano passado que a professora decidiu se dedicar à confecção de terços personalizados para os fiéis. Minéia conta que essa foi uma forma de se manter firme diante de um cenário de incertezas. Inicialmente, o marido e os filhos – uma adolescente de 16 anos e uma menino de 6 – eram seus ajudantes.

“A gente começou em maio do ano passado, em um momento que estávamos iniciando essa pandemia e logo quando tínhamos que ficar em casa. Não podíamos sair nem para ir ao supermercado, então, tivemos que começar a trabalhar em home office e também teve a questão financeira, os preços subiram e precisávamos de uma segunda via para ajudar na questão financeira”, conta.

Porém, o empreendimento se mostrou para além dos negócios, mas uma forma de fortalecer a fé e o trabalho em família.

“Foi uma alternativa não só para a questão financeira, mas emocional. A gente precisava de algo para manter o equilíbrio emocional e mental e aí junto com minha família em casa resolvi criar a página na internet para divulgar nosso trabalho, que é 100% artesanal”.

Atualmente, três gerações fazem parte do empreendimento iniciado pela professora  — Foto: Arquivo pessoal

Atualmente, três gerações fazem parte do empreendimento iniciado pela professora — Foto: Arquivo pessoal

Empreendimento em família

Foi aí que nasceu a Art em Família, inicialmente apenas confeccionando terços personalizados. Porém, as encomendas foram crescendo, assim como a loja, e atualmente as irmãs da professora e a mãe dela também reforçam a mão de obra na produção.

“Nossa primeira marca era um terço e uma cruz, mas a loja foi crescendo e outras pessoas chegando. Hoje, estão comigo minhas irmãs e mãe e virou um empreendimento familiar que envolve três gerações; minha mãe, nós filhas e a neta. E aí com o tempo, as coisas foram se ajustando, inclusive nossa arte, que passou de um terço para a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que segue frente à frente dos nossos trabalhos”, destaca.

Artigos personalizados fazem sucesso na internet e faz com que família empreenda em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

Artigos personalizados fazem sucesso na internet e faz com que família empreenda em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

Queridinha dos pedidos

Minéia conta que hoje em dia confeccionam várias peças religiosas e, segundo ela, os clientes sempre compartilham relatos de fé e boas histórias com a padroeira do Brasil.

“Alguns relatos divulgamos na página. Além de sermos devotos de Nossa Senhora Aparecida ela é a Santa que mais produzimos peças, as pessoas procuram muito e nessa data as encomendas aumentam, porque também vem casado com o Dia das Crianças e a pandemia aflorou muito a necessidade de presentear com algo significativo e nada melhor do que presentear o filho com um presente religioso, com Nossa Senhora para guardar a família”.

A produção das peças é momento de reflexão e calmaria que, segundo a professora, tem o objetivo de fazer com que aquela peça incentive ainda mais a fé de quem a leva para a casa.

“A gente sempre produz as peças em momento de mais calma e tranquilidade para que aquela pela favoreça a prática da fé. A gente faz muitos terços com os nomes da família, coloca nome do casal filho e geralmente sempre com a imagem de Nossa Senhora Aparecida”, explica.

Para ela, os brasileiros se sentem mais próximos de Aparecida por ser uma história que se aproxima de amor, devoção e da realidade dos brasileiros.

“Aparecida nos deixa com um sentimento maior de proximidade, foi ela que apareceu para os pescadores, então, a gente se sente mais próximo, até pela cor da pele, que é negra, e reproduz a realidade do nosso país, que em sua maioria é formado por pessoas pretas.”

Agora, a família pretende, para o Natal, ter um espaço físico para a vendas dos artigos e alcançar mais gente. Porém, vai ser um espaço intimista na casa da mãe da professora, o que deve manter a essência do empreendimento; fé, família e devoção.

Artigos personalizados com Nossa Senhora Aparecida são os mais encomendados em Rio Branco — Foto: Iryá Rodrigues/G1

Artigos personalizados com Nossa Senhora Aparecida são os mais encomendados em Rio Branco — Foto: Iryá Rodrigues/G1

Padroeira do Brasil

Em 1717, no Rio Paraíba do Sul (SP), três pescadores desanimados com o resultado do trabalho pediram ajuda ‘à mãe de Deus’. Depois, ao jogar a rede no rio, pescaram uma imagem de Nossa Senhora sem cabeça. Arremessaram novamente e veio a peça que faltava.

A partir daí, a pesca foi abundante. Pela devoção popular católica, a Santa ficou conhecida como Aparecida.

Em 1930, o papa Pio XI proclamou Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil

No dia 12 de outubro é celebrado o Dia de Nossa Senhora Aparecida. A data surgiu em 1953, quando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) escolheu este dia pela associação com o descobrimento da América (12/10/1492); porque foi em outubro que os pescadores encontraram a imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba do Sul, em 1717 e por ser também o Dia das Crianças.

Há mais de 40 anos, com a visita de João Paulo II ao Brasil, o presidente da República na época, João Batista Figueiredo, promulgou a lei que declarava feriado federal o dia 12 de outubro.

Em 1924, foi oficializado pelo presidente Arthur Bernardes a data para celebrar também o Dia das Crianças.

Terço de Nossa Senhora Aparecida é um dos mais pedidos, diz professora  — Foto: Arquivo pessoal

Terço de Nossa Senhora Aparecida é um dos mais pedidos, diz professora — Foto: Arquivo pessoal

Por G1

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