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Cruzeiro do Sul reduz casos de dengue e malária mesmo durante a pandemia

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O combate à pandemia da Covid mobilizou a maior parte dos esforços e recursos da Secretaria Municipal de Saúde. Ainda assim, foi necessário dar atenção também à dengue e a malária, doenças que já vinham causando preocupação em Cruzeiro do Sul. Mesmo diante da pandemia, o município conseguiu obter resultados positivos no combate as doenças endêmicas da região, com uma redução significativa no número de casos.

Os casos de dengue vinham crescendo desde o final de 2020, e o pico da doença coincidiu com o avanço da Covid e com as quatro alagações consecutivas que Cruzeiro do Sul enfrentou no início do ano. Nos abrigos os servidores da saúde fizeram um monitoramento diário da evolução dos casos entre os desabrigados pelas enchentes.

Para os suspeitos de Covid a secretaria também procurou providenciar os exames de dengue e malária. Não raras vezes, pessoas estiveram infectadas com as duas ou até as três doenças.

Além das ações convencionais de combate à doença, que já vinham sendo efetivadas pela secretaria, a prefeitura adotou uma abordagem mais agressiva no combate à dengue. Foi o início da Operação Cidade Limpa que envolveu as Secretarias de Obras, Meio Ambiente e Saúde no combate à dengue. Além de promover a retirada de lixo e entulho que pudessem ser criadouros das larvas, a ideia era mobilizar a população a tomar consciência e a participar das ações.

Os resultados das ações são palpáveis. No caso da dengue chegaram a ser registrados 142 casos em janeiro e fevereiro, caindo gradualmente até apenas 32 casos em junho e 19 em julho. O comparativo entre os períodos de janeiro a julho, em 2020 mostram que não foi apenas uma questão de sazonalidade do mosquito. Enquanto de janeiro a julho foram registrados 2.568 casos de dengue em Cruzeiro do Sul, em 2021 este registro ficou em 594 casos, obtendo uma redução de 77% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já os casos de malária obtiveram uma redução de 31% no período de janeiro a julho de 2021, se comparado com o mesmo período do ano passado. Em 2020 foram 3.831 casos, já neste ano foram 2.632 pessoas acometidas com a doença.

Com 16 anos de atuação nas endemias, Leonísio Mendonça destaca as ações conjuntas entre secretarias como um dos fatores para o bom resultado obtido.
“Foram retiradas toneladas de lixo e entulhos dos quintais, o que significa centenas ou até milhares de criadouros de mosquito que não chegaram a proliferar e transmitir a doença. Essa ação conjunta, do tipo mutirão, também favorece mais a adesão das pessoas as ações de limpeza”, relatou.
Ao todo a secretaria dispõe de 150 agentes de endemias que atuam no combate à dengue e malária. Uma mudança implementada que surtiu efeito positivo foi o zoneamento dos agentes de saúde. Deste modo, os moradores adquirem maior familiaridade com os agentes, facilitando a adesão da população às ações diárias de combate à dengue.
“Achei ótimo esse sistema. Os moradores já conhecem os agentes e com isso diminui a recusa. As visitas vão tendo um resultado ao longo do tempo, educando, conscientizando. Com isso temos conseguido diminuir muitos os focos da dengue”, conta o agente de endemias José Fernandes.

Enquanto vasculha pneus e cascas de ovos atrás de possíveis focos de dengue em uma residência no Aeroporto Velho, o morador, José Costa, 70, conta como foi pegar a Covid. “Já tive malária antes e achei que era ela de novo. Muito parecido. Fiz o exame para malária mas deu negativo. No posto mão amiga foi que descobriram que era Covid. Foi muito ruim. Cheguei a passar dez dias internado”, conta. “A sorte foi que ele já estava vacinado com as duas doses”, conta a filha Rosângela. A vacinação não impede 100% do contágio, mas tem sido eficaz em reduzir a gravidade dos casos.

Outro ponto também é que a semelhança de sintomas entre dengue, malária e Covid, e ainda a possível dupla e até tripla infecção, exige uma abordagem bastante específica dos profissionais de saúde para diagnosticar corretamente e não descartar nenhuma opção.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Agnaldo Lima, existe uma diferença fundamental entre as ações de combate à Covid, especialmente a vacinação, e as ações de combate à dengue e malária.

“No primeiro caso, as pessoas buscam os postos de saúde. Já no caso da dengue e malária, não podemos nos dar ao luxo de esperar que apenas as pessoas nos procurem quando sentirem os sintomas da doença, porque assim não cessa a cadeia de transmissão. Tanto no caso da dengue quanto da malária, é preciso estar um passo à frente da doença para interromper o ciclo de transmissão e reduzir os contágios”, explica o secretário municipal de saúde, Dr. Agnaldo Lima.

O prefeito Zequinha Lima parabenizou o empenho das equipes de saúde, diante das ações de prevenção e combate as doenças, e enfatizou que o apoio da população é fundamental neste processo.

“A preocupação da gestão municipal com a saúde, vai além das responsabilidades da secretaria, por isso a prefeitura está empenhada por exemplo, em dar uma resposta para o problema do lixo, que é um vetor de doenças, especialmente a dengue. Estamos cuidando a limpeza urbana e assim motivando as pessoas a também fazerem sua parte, o que é uma ação de educação e cidadania junto à população”, destacou o prefeito.

Por ASCOM

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