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Covid: Dracena aplica vacinas vencidas em 80 pessoas; Prefeitura alega falha no estoque

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Doses estavam em sete frascos do imunizante fabricado pela Oxford-AstraZeneca aplicadas em 14 e 15 de abril. Secretaria de Saúde informou que monitora os vacinados por 30 dias, mas não há motivo para pânico.

A Secretaria Municipal de Saúde de Dracena (SP) informou nesta quinta-feira (22) que 80 pessoas receberam vacinas vencidas contra a Covid-19. As doses são da fabricante OxFord-AstraZeneca, do lote 4120Z001, e foram aplicadas no município nos dias 14 e 15 de abril. Segundo o prefeito, André Kozan Lemos (Patriota), o erro será investigado, mas não traz risco à saúde dos munícipes. Todos serão revacinados em um mês.

“Houve uma falha na gestão do estoque dessas vacinas. As vacinas que chegaram depois foram aplicadas primeiro e sete frascos ficaram para trás e aconteceu essa pequena falha. Falhas semelhantes não acontecerão”, declarou o prefeito André Kozan Lemos (Patriota) em pronunciamento nas redes sociais.

A Secretaria de Saúde informou que as pessoas que receberam essas doses serão monitoradas por 30 dias, a partir da data de aplicação, e não há motivo para entrarem em pânico. A pasta esclareceu que essas pessoas deverão aguardar em suas residências a visita de equipe da Saúde municipal para orientação.

Segundo a Prefeitura, a situação já foi comunicada ao Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE), de Presidente Venceslau (SP), e o procedimento foi considerado “inadequado”. “Sendo assim, aguarda por mais orientações da Divisão de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde”, esclareceu, em comunicado.

A reportagem questionou a Prefeitura se a Secretaria Municipal de Saúde não viu que as doses estavam vencidas antes da aplicação, qual era a data de validade dessas 80 doses e quando o município recebeu essas doses, mas a pasta informou que as informações que possuía constavam no comunicado oficial.

Ao Bom Dia SP, o prefeito informou já ter determinado uma investigação para saber o que levou ao erro. Lemos explicou que os sete frascos sobraram de um lote anterior de vacinas e foi guardado erroneamente com outras doses, essas com validade maior, o que gerou o erro.

Imagem de frasco da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 — Foto: Divulgação/Fiocruz

Imagem de frasco da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 — Foto: Divulgação/Fiocruz

“As vacinas fora do prazo, a princípio, não oferecem riscos, mas são consideradas inválidas”, garante o político. “As vacinas serão aplicadas novamente em prazo curto, vamos entrar em contato para acompanhar a saúde das pessoas. É uma questão preventiva, mesmo”, disse.

Agora, as pessoas receberão vacinas do Instituto Butantan, a CoronaVac, segundo Aline Andrade, diretora de vigilância em Saúde de Dracena. “A orientação é de que elas podem ser revacinadas daqui há um mês. Então será em 14 e 15 de maio a outra dose, considerando a primeira inválida”, explica.

A administração municipal ressaltou que a campanha de vacinação vem sendo desenvolvida na cidade com todo o cuidado, desde o mês de janeiro, para evitar os mais diferentes problemas.

André Kozan Lemos detalhou ter vacinação “adiantada” no município, com aplicação de 15 mil doses em população de 50 mil pessoas. “Começamos a imunização a partir de 64 anos e estamos adiantados. Lamentamos muito [o erro], temos tido excelente desempenho para vacinar, feito hora extra. Foi um erro grave e será apurado”, diz.

Anvisa

Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que a distribuição da vacinas e sua logística não é competência da Anvisa. Este é uma responsabilidade do PNI.

“Em relação à validade, as condições de conservação, armazenamento e prazo de validade aprovados para cada vacina são baseados nos estudos de estabilidade e devem ser seguidos para garantir a qualidade de vacinas e medicamentos”, explicou a Anvisa.

A agência também esclareceu que a investigação local e monitoramento de pacientes é responsabilidade da Vigilância Sanitária local do município.

Estado

Sobre o caso, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo enviou a seguinte nota à TV Fronteira:

“Cabe ao município monitorar e prestar assistência aos pacientes, se necessário, e sobretudo zelar pela verificação da dose antes de aplicá-la, conferindo lote e demais detalhes que devem ser cadastrados e registrados na carteira de vacinação do cidadão. O Estado é responsável por distribuir as doses e compartilhar com os municípios as diretrizes do PNI (Programa Nacional de Imunizações) e do PEI (Plano Estadual de Imunização) contra Covid-19 de SP, que estabelecem os critérios de aplicação das vacinas, bem como os procedimentos em eventual erro de administração ou inconformidade do imunizante. Nestas situações, a falha deve ser reportada na plataforma VaciVida para que a Vigilância Epidemiológica proceda com a análise e orientações”.

TV Fronteira também solicitou um posicionamento sobre o caso para o Ministério da Saúde , mas até o momento não obteve resposta.

G1

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