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Com risco de desabastecimento, Acre vai receber 300 cilindros de oxigênio do Ministério da Saúde

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Após a saúde do Acre informar que há uma  possibilidade de desabastecimento de oxigênio, o Ministério da Saúde confirmou, à Rede Amazônica, que já foi comunicado oficialmente pelo governo do estado e que foi feita uma requisição da compra de 300 cilindros que devem ser enviados ao estado. Em nota, a assessoria de comunicação do MS disse que deve chegar uma remessa de cilindros até a quinta-feira (18).

“A quantidade de oxigênio líquido necessária para atender à demanda dos estados do Acre e Rondônia está garantida, em ação coordenada do Ministério da Saúde e do Ministério da Defesa. Na próxima quinta-feira, 18 de março, há previsão de chegada da primeira remessa, que será transportada pela Força Aérea Brasileira”, diz.

Na última semana, a distribuidora que fornece oxigênio para o Acre informou que o produto pode faltar no estado em um prazo de 15 dias devido à alta demanda. A distribuidora fornece oxigênio para as unidades de saúde particulares do estado e públicas do interior. Os três hospitais públicos que são referência no atendimento a vítimas da Covid-19, (dois em Rio Branco e um em Cruzeiro do Sul), têm usinas de distribuição própria de oxigênio.

A possível falta de oxigênio no estado ocorre em um momento em que a rede pública e privada enfrentam a superlotação leitos, com recorde em números de mortes. Devido o  colapso por causa da pandemia do novo coronavírus o estado já recebeu, no domingo (14), 50 cilindros de oxigênio doados pelo Ministério Público Estadual (MP-AC) e a empresa Rio Med.

O governo acreano informou que os 50 cilindros comportam 2,5 mil litros de oxigênio. O material vai ser distribuído entre a rede pública, principalmente para o interior onde não tem usina de oxigênio, para atender a alta demanda nos hospitais.

A assessoria disse ainda que o Ministério da Saúde e o Ministério da Economia, em reunião, na semana passada, com a White Martins, colaboradora no fluxo de oxigênio líquido a ser estabelecido para regularizar a situação dos dois estados. Além dos envios pela Força Aérea, a empresa seguirá com fluxo fluvial aumentado para entrega do produto, transportado de Manaus, onde já há excedente de produção.

O secretário de saúde Alisson Bestene afirmou que o estado fez investimentos no que diz respeito a contratação de usinas de oxigênio, que fabricam oxigênio, para essas unidades, não somente no Into, mas também nos hospitais da Regional do Juruá e do Alto Acre. Ele afirma que a dificuldade é do oxigênio de cilindro, que não é envasado no estado, e o problema é que a quantidade de cilindros no estado como um todo não atende somente a demanda da rede pública, mas também da rede privada e, observando a necessidade de toda a rede, foi feito o contato com o MS.

“Hoje, a gente tem um quantitativo que supre de imediato, porém, com aumento do número de casos, com aumento de pessoas necessitando do uso de oxigênio, a gente tem trabalhando com uma demanda maior, de risco, para não ter problema de acontecer como aconteceu em estados vizinhos, a falta de oxigênio nas principais unidades de Rio Branco. Então, a gente trabalha com essa quantidade além do normal, já pensando no aumento do número de casos”, disse.

Samu faz mutirão de transferência para abrir vagas no AC — Foto: Augusto Aiache/Arquivo pessoal

Samu faz mutirão de transferência para abrir vagas no AC — Foto: Augusto Aiache/Arquivo pessoal

Colapso na saúde do Acre

Além dos risco no desabastecimento de oxigênio devido a alta demanda, os hospitais do estado também enfrentam colapso. No sábado (13), o governo confirmou que vai transferir pacientes para a cidade de Manaus (AM). Em nota, o Complexo Regulador que presta assistência à Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), disse que a Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM) disponibilizou dois leitos de UTI para pacientes Covid-19 do Acre.

O boletim da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) de domingo (14) trouxe mais  seis mortes pela Covid-19 e 288 novos casos de infecção pelo coronavírus. O número de infectados saltou de 62.332 para 62.620 nas últimas 24 horas e o de mortes chegou a 1.122 em todo o estado.

Em Rio Branco, o Pronto Socorro e o Into-AC, onde funciona o maior hospital de campanha do estado, atingiram a lotação máxima no domingo. No PS, todos os 30 leitos de UTI estavam ocupados e no Into os 50 leitos também estavam com pacientes. De acordo com o boletim de assistência, 13 pacientes aguardavam na fila por um leito de UTI e três por leitos de enfermaria.

Na quinta (11), uma aeronave da FAB transportou uma usina oxigênio para obra de ampliação do Into-AC. A Sesacre informou que a usina vai ampliar a oferta de gás no estado, o trabalho foi concluído na madrugada de domingo (14). Segundo o governo, são mais 16 mil metros cúbicos de oxigênio mês de oxigênio medicinal, elevando a capacidade total para 80 mil metros cúbicos/mês.

Empresa postou anúncio na fachada que acabou o oxigênio — Foto: Quésia Melo/Rede Amazônia Acre

Empresa postou anúncio na fachada que acabou o oxigênio — Foto: Quésia Melo/Rede Amazônia Acre

Falta do produto nas empresas

À Rede Amazônica, o secretário de saúde, Alysson Bestene, informou que o estado tem um plano de contingência para não deixar faltar o produto na rede pública e privada.

“As nossas unidades de referência de hospital de internação, todas elas fazem uso do oxigênio através de usinas. Os cilindros, uma vez que são utilizados, é para transporte do paciente dentro da unidade ou para outra unidade. A preocupação é em relação à matéria-prima, tivemos uma conversa com as empresas, a White Martins e Oxiacre, e estamos conversando para que se instale aqui no Acre uma usina que envase esse cilindro de oxigênio,” explicou.

Bestene falou ainda que já está sendo providenciado um pedido com uma quantidade maior de cilindros. “Estamos providenciando para que chegue quantitativo de cilindros a mais, uma média de 300 que foi pedido, eles vão encaminhar em torno de 60 a 100 cilindros para que a gente possa ajudar toda a rede, não só pública, mas também a privada”, garantiu.

Mesmo a Saúde informando que o produto ainda não acabou no estado, pelo menos duas empresas de Rio Branco suspenderam a venda do produto. A empresa Oxiacre, que fica no bairro Distrito Industrial, em Rio Branco, amanheceu na quinta-feira (11) com um aviso dizendo que está suspensa a venda de oxigênio medicinal e industrial. O G1 entrou em contato com a empresa, mas foi informado por um funcionário que o responsável não estava e ele não poderia repassar o contato.

O dono da empresa Oxivida, que preferiu não se identificar, também confirmou que está sem o produto há pelo menos duas semanas.

Via-G1

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