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Com alta demanda, distribuidora alerta para falta de oxigênio no AC e governo diz que tem plano

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Devido à alta demanda, a distribuidora que fornece oxigênio para o Acre informou que o produto pode faltar no estado em um prazo de 15 dias. A informação foi confirmada pela subsecretária de Saúde, Paula Mariano, nesta quinta-feira (11). Ela disse que o Ministério da Saúde já foi comunicado. O G1 entrou em contato com o ministério e aguarda retorno.

A distribuidora fornece oxigênio para as unidades de saúde particulares do estado e públicas do interior. Os três hospitais públicos que são referência no atendimento a vítimas da Covid-19, (dois em Rio Branco e um em Cruzeiro do Sul) têm usinas de distribuição própria de oxigênio.

Em Rio Branco, há três hospitais particulares, sendo que apenas um possui usina de distribuição própria de oxigênio. Uma das unidades, inclusive, já informou que não está mais atendendo pacientes. Outra preocupação com a possível falta do produto é em relação ao abastecimento de ambulâncias do Serviço Móvel de Urgência (Samu).

“Nossos cilindros são abastecidos em Porto Velho (R). Ontem [quarta, 10] a empresa comunicou que, provavelmente, daqui a 15 dias teremos problema nessa matéria-prima e que eles iriam enviar o comunicado oficialmente. Não recebemos ainda o comunicado oficial, foi durante uma reunião com uma unidade privada e o Ministério Público sobre abastecimento de oxigênio. Comunicamos o Ministério da Saúde e estamos tomando outras medidas para evitar que falte aqui para a gente”, disse.

A possível falta de oxigênio no estado ocorre em meio à superlotação dos hospitais no estado e recorde em números de mortes. Só na quarta, foram registados mais 12 óbitos, um total de 1.083 mortes em todo o estado e 61.121 casos da Covid-19,segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre).

Com o comunicado, a subsecretária disse que a saúde está tomando providências para evitar o desabastecimento de oxigênio.

“Temos as usinas, foram adquiridas, mas a gente usa bastante cilindro, temos o interior e a gente não consegue por uma usina em cada hospital, temos o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] que usa cilindro para transporte dos pacientes, temos essas outras demandas com cilindro e por isso a nossa preocupação. Estamos atrás de alternativas para poder resolver”, disse.

À Rede Amazônica, o secretário de saúde, Alysson Bestene, informou que o estado tem um plano de contingência para não deixar faltar o produto na rede pública e privada.

“As nossas unidades de referência de hospital de internação, todas elas fazem uso do oxigênio através de usinas. Os cilindros, uma vez que são utilizados, é para transporte do paciente dentro da unidade ou para outra unidade. A preocupação é em relação à matéria-prima, tivemos uma conversa com as empresas, a White Martins e Oxiacre, e estamos conversando para que se instale aqui no Acre uma usina que envase esse cilindro de oxigênio.”

Bestene falou ainda que já está sendo providenciado um pedido com uma quantidade maior de cilindros. “Estamos providenciando para que chegue quantitativo de cilindros a mais, uma média de 300 que foi pedido, eles vão encaminhar em torno de 60 a 100 cilindros para que a gente ajudar toda a rede, não só pública, mas também a privada”, garantiu.https://a2959e47e7ef7782fdc1235eefa88bea.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

Empresa que fornece oxigênio para o Acre anuncia que produto pode faltar — Foto: Secom/GEA

Empresa que fornece oxigênio para o Acre anuncia que produto pode faltar — Foto: Secom/GEA

Falta do produto nas empresas

Mesmo a Saúde informando que o produto ainda não acabou no estado, em pelo menos duas empresas de Rio Branco o produto já acabou. A empresa Oxiacre, que fica no bairro Distrito Industrial, em Rio Branco, amanheceu nesta quinta (11) com um aviso dizendo que está suspensa a venda de oxigênio medicinal e industrial. O G1 entrou em contato com a empresa, mas foi informado por um funcionário que o responsável não estava e ele não poderia repassar o contato.

O dono da empresa Oxivida, que preferiu não se identificar, também confirmou que está sem o produto há pelo menos duas semanas.

O empresário Cassiano Marques, que é baloeiro, disse que foi nas duas lojas, onde costuma comprar o produto, mas estava em falta.

“Recentemente, emprestei um cilindro para um amigo que estava com a mãe com Covid-19 e, graças a Deus, ela se recuperou, então, fui encher para manter sempre pronto para alguma eventualidade, mas já está faltando”, contou à Rede Amazônica.

Marques disse que o oxigênio é para manter apenas o estoque e que ninguém da família está doente.

Hospital suspende novos atendimentos

O hospital particular de Rio Branco Pronto Clínica suspendeu o atendimento a novos pacientes com Covid-19, a partir desta quinta (11). O G1 entrou em contato com a unidade de saúde para confirmar se há falta do produto, mas não conseguiu retorno até a última atualização desta reportagem. O secretário de saúde afirmou que vem dando suporte ao hospital.https://a2959e47e7ef7782fdc1235eefa88bea.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

“Hoje, o que a gente tem de conhecimento é que naquela unidade a capacidade de atendimento a pacientes está no limite, eles têm capacidade de 24 leitos Covid e estão lotados, assim como na grande maioria das unidades públicas e privadas. É necessário que a população tome as medidas preventivas para que a gente evite um maior números de casos e não ter leitos para atender todo mundo”, explicou.

Bestene disse ainda que mais leitos públicos em Rio Branco devem ser inaugurados em um prazo de 20 dias, na unidade no antigo prédio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que passa por reforma. No local, devem ser abertos pelo menos 32 leitos, com possibilidade de serem 10 de UTIs. No Hospital do Idoso também devem ser abertas mais 10 UTIs.

“A gente está ampliando no antigo Bope. No Alto Acre agente está preparando a equipe para ampliar lá maios 10 leitos de UTI naquela unidade para atender a Regional e no Juruá há também há possibilidade de ampliarmos mais 10 leitos. A gente está buscando pessoal de RH para contratar mais pessoas para fazer o atendimento”, concluiu.

Colaborou Dayane Leite, da Rede Amazônica Acre.

VIA-G1

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