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Com 30 focos de queimadas em um mês, bombeiro lança plano operacional de contenção no Juruá

Dados do Monitoramento Hidro meteorológico mostram que de janeiro a maio foram 45 focos e 30 somente no mês passado.

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O último levantamento do Monitoramento Hidro meteorológico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (Sema) mostra que maio fechou com o registro de 30 focos de queimadas. Isso mostra o aumento das queimadas, já que desde janeiro até maio foram 45 focos de queimadas em todo o estado, sendo que 67% desse valor foi todo em um mês.

Em maio, o Acre passa pela transição do chamado inverno amazônico (período de muita chuva e cheias) para o verão amazônico (período de estiagem e seca). Com isso, o número de queimadas aumenta consideravelmente em todo o estado.

Os municípios de Cruzeiro do Sul e Feijó foram os que apresentaram o maior número de focos acumulados no período, segundo o relatório. A Reserva Extrativista do Alto Juruá registrou ainda quatro focos de queimadas.

O risco de fogo – de quanto mais dias seguidos sem chuva, maior risco de queima da vegetação – é previsto em pontos isolados nas regionais de Baixo Acre, Alto Acre e Purus.

Diante desses dados, o governo lançou, na última terça-feira (1º), o Plano Operacional de Combate às Queimadas 2021 – Operação Fogo Controlado/CBM.

O objetivo é reunir esforços para tentar combater e conter o avanço das queimadas no estado.


O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Acre, coronel Carlos Batista, diz que esse é um momento em que é necessário avaliar estratégias para que as queimadas não ocorram em grande proporção no estado.

“O lançamento envolve várias instituições do governo com o objetivo de fazer uma força-tarefa para trabalhos de prevenção, resposta, educação ambiental e fiscalização. Sabemos que essa problemática assola toda a Amazônia Legal, as queimadas ocorrem em números altos e a gente precisa fazer esse enfrentamento”, destaca.

O comandante destaca ainda que este ano, assim como em 2020, as queimadas podem agravar ainda mais a saúde pública, uma vez que é o período em que as doenças respiratórias se tornam mais frequentes e podem causar lotação e agravamento de casos durante a pandemia de Covid-19.

“Nós sabemos que enfrentamos uma situação atípica no Brasil, no mundo, que é o problema da pandemia, que afeta as vias respiratórias e nós estamos com problemas das queimadas, que também afetam as vias respiratórias. Então, é preciso cuidado. Além de tudo, são ocorrências que demandam muito tempo para enfrentamento, precisa de muito esforço físico, de muitos materiais e várias ocorrências ao mesmo tempo que dificultam a gente controlar todas elas. Sem contar que queimar é crime”, alerta.

O secretário de meio Ambiente do Acre, Israel Milani, diz que a intenção é antecipar ações de combate ao fogo, porque agora o estado entra em um período de atenção.

“Estamos chegando no ‘verão amazônico’ e estamos com grandes dificuldades, porque vai aumentar o estresse da vegetação, vai ficar um pouco mais seco e o estado do Acre, com a parceria Sema, Corpo de Bombeiros e demais órgãos fiscalizadores, estamos antecipando essa ação do Prevfogo para fazer combate ao ilícito. É um planejamento para que na hora que venha ocorrer a maior demanda o estado esteja pronto”, diz.
Ela informou ainda que foi inaugurado esta semana também o Centro Integrado de Meio Ambiente no Alto Acre.

Dados de abril

Mesmo tendo o menor percentual de desmatamento dentro da Amazônia Legal, o Acre apresentou, no mês de abril, um aumento de 67% de área desmatada em comparação com o mesmo período no ano passado.
Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) obtidos via Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) mostram que no mês passado o estado desmatou uma área de 10 km². Enquanto que no mesmo mês no ano passado, essa área era de 6 km².

Já na comparação entre o período de agosto de 2019 a abril de 2020 e agosto de 2020 a abril de 2021, o aumento de área desmatada foi ainda maior, de 91%.

Redação Juruá Online

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