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Brasil vence os EUA pela 1ª vez na ginástica artística e é ouro no Pan

A apresentação confirma que o Brasil, se completo e com suas melhores ginastas em forma, pode brigar por uma medalha por equipes no Mundial.

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O Brasil alcançou, neste domingo (17), diante de cerca de duas mil pessoas na Arena Carioca 1, seu resultado mais expressivo como equipe na ginástica artística. Com uma apresentação quase perfeita, diante das possibilidades atuais, o time de Rebeca Andrade e Flávia Saraiva venceu os Estados Unidos pela primeira vez na história, faturando o título do Campeonato Pan-Americano.

As norte-americanas não trouxeram ao Rio todas as suas melhores ginastas, mas apresentaram uma mescla do seu time A com o B. Kayla Dicello, por exemplo, foi bronze no individual geral do último Mundial. Ainda assim, é padrão os EUA competirem em eventos que não o Mundial e a Olimpíada com times mistos ou reservas. E o Brasil nunca havia vencido.

A apresentação de hoje confirma que o Brasil, se completo e com suas melhores ginastas em forma, pode brigar por uma medalha por equipes no Mundial. Mesmo sem contar com Jade Barbosa, que pode dar pontos valiosos para o Brasil nas paralelas e no salto, e sem Rebeca no solo, a equipe somou 162,999 pontos, ante 161,000 dos EUA.

O ciclo olímpico está só começando, mas nos torneios realizados até agora, além dos EUA, só a Itália, quarta em Tóquio, teve resultado semelhante, com 163,598 pontos. E a Rússia, campeã olímpica, não vai ao Mundial de Liverpool (Inglaterra), em outubro.

Atual vice-campeã olímpica no individual geral, Rebeca foi a melhor do Brasil em todos os três aparelhos nos quais se apresentou, mas se poupou no solo. Com ela, o Brasil ganha mais um ponto e meio, ao menos. Flávia Saraiva, campeã do Pan no individual geral, competiu nos quatro aparelhos, sempre bem, quase no nível de sexta-feira — foi dois décimos pior. No salto, o Brasil ainda teve Carolyne Pedro. Nas assimétricas, Lorrane Oliveira. Na trave, Júlia Soares. E, no solo, se apresentaram Carol e Júlia.

Jade Barbosa está no ginásio, mas não compete o Pan porque sente uma instabilidade no joelho. A tendência é ela também não participar do Mundial, poupando-se para o torneio do ano que vem, quando o Brasil em tese terá mais chances de pegar vaga olímpica — no de 2022 são só três vagas.

A prova

O Pan-Americano deste ano tem um formato incomum na ginástica artística. Para priorizar a final por equipes, esta prova ficou para o último dia, na sexta. E a primeira apresentação de cada time, na sexta —que normalmente é classificatória para finais de aparelhos e do individual geral—, desta vez valeu medalha nestas provas.

Tudo para que as seleções tivessem a experiência de participar de um evento com final por equipes no mesmo modelo de Mundial e Olimpíadas. Se nas eliminatórias cada equipe fica em um aparelho e faz sua apresentação sem pensar diretamente no resultado dos outros, neste tipo de final são duas seleções por aparelhos. Brasil e EUA, os dois primeiros da classificação competiam juntos, com brasileiras e americanas se intercalando nas apresentações.

Isso acirra a disputa entre os dois times, que sabem quando estão abrindo vantagem ou ficando em maior desvantagem na classificação. Depois do salto, por exemplo, o Brasil liderava. Rebeca Andrade, Flávia Saraiva e Carolyne Pedro fizeram apresentações parecidas com as de sexta e anotaram 41,566 pontos para o Brasil, contra 41,033 das norte-americanas. Rebeca repetiu a melhor nota de todo o Pan no aparelho no qual é campeã olímpica: 14,500. E ela nem fez seu melhor salto.

Nas assimétricas, Rebeca teve a segunda melhor apresentação da manhã, mas perdeu meio ponto na comparação com sexta-feira, quando ela foi ouro neste aparelho. O Brasil apresentou uma novidade: Lorrane Oliveira, que foi poupada nas eliminatórias, e deu ao país 1,8 pontos a mais do que Carol tinha feito na sexta. Mesmo assim, o time brasileiro foi ultrapassado: EUA 83,367 x Brasil 82,688.

Nas eliminatórias de sexta, a vitória do Brasil veio principalmente porque os EUA tiveram quedas na trave. Hoje, porém, só Kayla DiCello, bronze no individual geral no último Mundial, caiu. Pelo Brasil, Flávia Saraiva teve um desequilíbrio e não repetiu a apresentação de dois dias atrás, acabando com nota pior que de Rebeca: 14,133 para uma, 13,867 para a outra. Foi o suficiente para o Brasil retomar a liderança: 124,166 x 121,767.

Só um desempenho muito ruim no solo tiraria o título do Brasil, e isso não aconteceu. Julia e Carol passaram zeradas e coube a Flávia Saraiva fazer a apresentação final, do ouro. Com a nota 13,633, Flavinha deu show, na melhor série de solo do Pan, melhor até do que Kayla fez na sexta, quando a brasileira foi prata. Detalhe importante: Kayla foi quinta no Mundial passado.

Via UOL

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