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Arábia Saudita barra importações de 11 frigoríficos brasileiros

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Itamaraty e Ministério da Agricultura receberam a informação ‘com surpresa e consternação’ e pretende levar o caso à OMC

A Arábia Saudita, segundo maior comprador de carne frango do Brasil, anunciou a suspensão de importações de carnes de aves e produtos derivados de sete unidades da JBS e outros quatro frigoríficos brasileiros.

O governo brasileiro recebeu a informação “com surpresa e consternação” e pretende levar o caso à OMC (Organização Mundial do Comércio) caso se comprove a imposição de barreira indevida, conforme nota conjunta dos ministérios da Agricultura e Relações Exteriores.

De acordo com comunicado publicado no site oficial da SFDA (Saudi Food & Drug Authority), a agência governamental que regula alimentos e medicamentos no país, as restrições começarão a valer a partir do dia 23 deste mês. O motivo não foi informado.

Da JBS, serão vetadas as compras das unidades de aves que ficam localizadas em Passo Fundo e Montenegro, e de plantas da Seara Alimentos de Brasília, Campo Mourão, Amparo, Ipumirim e Caxias do Sul.

A JBS afirmou em nota que procurou a SFDA para dialogar e entender as motivações para o bloqueio das exportações de carne de frango para o país. “A produção antes destinada à Arábia Saudita já foi redirecionada para outros mercados”, segundo a empresa.

As outras proibições são referentes à importação de produtos de três fábricas da Vibra Agroindustrial S/A e uma da companhia Agroaraçá Alimentos.

Surpresa

O Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores comentam que não houve nenhum contato prévio das autoridades sauditas – e que ainda não estão claras as justificativas para as proibições.

A nota oficial também diz que o governo brasileiro já está em contato com a Arábia Saudita e com a embaixada do país em Brasília para esclarecer a informação.

“Todas as vias bilaterais e multilaterais serão empregadas com vistas à pronta resolução da questão. Caso se comprove a interposição de barreira indevida ao comércio, o Brasil poderá levar o caso à OMC (Organização Mundial do Comércio).”

Os ministérios acrescentaram que o Brasil obedece a todos os requisitos sanitários estabelecidos pelo mercado da Arábia Saudita e “reitera os elevados padrões de qualidade e sanidade seguidos por toda nossa cadeia de produtos de origem animal, assegurados por rigorosas inspeções do serviço veterinário oficial”.

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) afirmou em nota que está apoiando o governo brasileiro na busca por mais detalhes sobre a “surpreendente decisão unilateral” tomada pelas autoridades sauditas, com a suspensão de plantas exportadoras de carne de frango.

Protecionismo

O diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres, lembrou que os sauditas já haviam manifestado a intenção de produzir o frango lá para abastecimento interno, o que indica que a decisão sem maiores motivações pode se tratar de uma medida protecionista.

Dados da ABPA mostram que as exportações brasileiras de frango para a Arábia Saudita atingiram 120,8 mil toneladas no primeiro trimestre deste ano, alta de 8,5% ante o mesmo período de 2020, e representaram 12% do total embarcado de janeiro a março.

O mercado já foi o principal destino da proteína do Brasil e perdeu o posto para a China em 2019, com o surto de peste suína africana no rebanho chinês.

Notícias R7

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