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Após Bolívia anunciar fechamento da fronteira, prefeitos de cidades do AC temem prejuízos

Presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou pelo Twitter que as fronteiras com o Brasil serão fechadas por sete dias, em uma espécie de lockdown seja feito nas cidades fronteiriças. Objetivo das medidas bolivianas é prevenir a entrada da variante brasileira P.1 no país.

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Após o presidente da Bolívia anunciar que as fronteiras com o Brasil vão ser fechadas a partir da 0h desta sexta-feira (2), alguns gestores de cidades acreanas que fazem fronteira com o país vizinho temem prejuízos financeiros já que os municípios têm forte ligação comercial com o país vizinho.

O presidente boliviano, Luis Arce, anunciou pelo Twitter que as fronteiras com o Brasil serão fechadas por sete dias, uma espécie de lockdown deve ser feito nas cidades fronteiriças. O objetivo das medidas bolivianas é prevenir a entrada da variante brasileira P.1 no país.

O prefeito da cidade de Epitaciolândia, na fronteira com a cidade de Cobija, Sérgio Lopes, afirmou que ainda não dá para estimar os números, mas que é um risco.

“Se ocorrer o fechamento, ele traz um certo prejuízo porque temos uma ligação muito forte com a Bolívia no que diz respeito às transações comerciais. Hoje, o comércio de Epitaciolândia vende muito para a Bolívia, sempre vendeu, principalmente na área de gêneros alimentícios”, disse.

O prefeito explicou ainda que com a alta do dólar e a valorização da moeda boliviana em relação ao real, aumentou o poder de compra dos bolivianos no Brasil.

“Então, eles [bolivianos] vêm muito para adquirir produtos brasileiros e isso com certeza traz um desaquecimento no comércio local. Não dá [para dizer qual valor do prejuízo financeiro], mas podemos falar que é grande. É um prejuízo tanto para nós quanto para os bolivianos”, acrescentou.

Lopes falou que durante o último final de semana foi feita uma barreira sanitária e foi contabilizada a passagem de pelo menos mil pessoas que cruzaram a fronteira nos dois sentidos, o que comprova o grande número de pessoas que frequentam o comércio das duas cidades.

A assessoria de comunicação da cidade de Brasileia, que também faz fronteira com Cobija, informou que a prefeitura lamenta a decisão que vai trazer prejuízos às duas cidades, já que tanto brasileiros como bolivianos cruzam as fronteiras para trabalhar e fazer compras, principalmente no comércio.

Fronteia pode ser fechada a partir desta sexta-feira (2) — Foto: Alexandre Lima: Arquivo

Fronteia pode ser fechada a partir desta sexta-feira (2) — Foto: Alexandre Lima: Arquivo

Trabalhadores prejudicados

O prefeito de Plácido de Castro, que faz fronteira com a Vila Evo Morales, Camilo da Silva, afirmou que a cidade tem pelo menos 300 trabalhadores que vão para a Bolívia trabalhar e lamenta a decisão.

“Para nós, acarreta prejuízo por conta de termos vários trabalhadores brasileiros que trabalham no comércio do lado da Bolívia e esse fechamento tira o sustento de muita gente. Nossa cidade é passeio, onde as pessoas passam por ela para ir até a Bolívia comprar e acaba que compra também da gente. E hoje, temos mais de 300 trabalhadores do lado da Bolívia. Muita gente”, afirmou.

Fronteira fechada

No ano passado, a fronteira chegou a passar quase seis meses fechada devido à pandemia, as duas pontes que ligam Brasileia e Epitaciolândia à cidade de Cobija, na Bolívia, foram reabertas, de forma gradual, em setembro.

Covid-19 no Acre

O Acre confirmou até essa quarta (31) mais mortes pela Covid-19 e outros 554 casos de infecção pelo novo Coronavírus. Com isso, o total de óbitos subiu para 1.262 e o de infectados saiu de 69.103 para 69.657. Os hospitais atingiram a capacidade máxima no estado e 14 pessoas aguardavam na fila à espera de um leito de UTI.

O estado está em contaminação comunitária desde o dia 9 de abril, com uma taxa de incidência de e 7.577,3 casos para cada 100 mil habitantes. O Acre apresenta um coeficiente de mortalidade (óbitos por 100 mil habitantes) de 137% e de letalidade de 1,8%.

Dos 106 leitos de UTI nos hospitais da rede SUS disponibilizados no estado, 100 estão ocupados. A taxa de ocupação total atingiu 94%. Os leitos de UTI estão concentrados na capital, com 85 vagas, e Cruzeiro do Sul, com 26. Com o sistema de saúde em colapso, o Acre precisou transferir pacientes para o estado do Amazonas.

Via-G1

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