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Alerta e Conscientização; 18 de maio – Dia nacional do combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Segundo dados do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), no ano de 2021 foram feitas 161 denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes em Cruzeiro do Sul.

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Redação Juruá Online

Segundo dados do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), no ano de 2021 foram feitas 161 denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes em Cruzeiro do Sul. Desse total, 13% foram de crianças 0 a 6 anos, 33% de 7 a 12 anos, e 54% de 13 a 17 anos.

Maio foi escolhido para combater o abuso e a exploração sexual e comercial de crianças e adolescentes. Foi nesse mês, no ano de 1973 que a pequena Araceli Crespo, de apenas oito anos, foi sequestrada, estuprada e morta. O crime que na época chocou o país até hoje continua impune e passou a simbolizar essa luta.

Infelizmente não é de hoje que meninos e meninas são abusados sexualmente. As agressões e abusos são na maioria das vezes de alguém próximo, e em muitos casos de um familiar. Os criminosos dificilmente são punidos.

Gerson Boaventura, defensor público. Arquivo: Juruá Notícias.

“Pessoas que muitas vezes não tem como se defender são vítimas desses abusos sexuais. E o abusadores geralmente são familiares que moram na mesma casa, parente próximo ou um vizinho. É uma realidade muito triste mas infelizmente os números são assustadores. O gráfico que aponta a questão da violência ele está apontando pra cima, está aumentando”, ressaltou Gerson Boaventura, defensor público.

Durante a pandemia, com o isolamento social, houve uma grande demanda de denúncias de abuso sexual infantil dentro da própria casa. Uma jovem de 25 anos relata que não consegue esquecer os abusos que sofreu do padrasto quando tinha apenas sete anos de idade.

Arquivo: Juruá Notícias.

“Eu tenho 25 anos e eu sofri abuso sexual dos 7 anos aos 12 anos por parte do meu padrasto. Os abusos começaram de uma forma que eu não conseguia lidar com aquilo, pois eu era uma criança. Na minha memória hoje vem recortes de tudo que aconteceu. A minha mãe trabalhava fora ela é empregada doméstica e eu passava mais tempo sozinha com ele. Eu lembro que eu ia para o banheiro e demorava algum tempo, porque ele pedia pra mim tomar banho. Sempre era assim, ele pedia pra mim tomar banho e vim sem a toalha até o quarto dele. Eu lembro de deitar no sofá da sala em dias frios e ele colocar uma toalha ou um lençol por cima logo seguida começava a passar a mão em mim”, relatou a jovem.

O caso só veio a tona quando a própria jovem resolveu fazer uma denúncia.

“Hoje me sinto melhor depois que fiz a denúncia. Aos 23 anos tive a coragem de fazer a denúncia. Decidi contar para a minha mãe quando eu tinha 15 anos e ela acreditou em mim. Mas foi depois que a minha irmã mais nova sofreu abuso infantil que eu tive coragem de denunciar. A mensagem que eu tenho para hoje é acredite nos seus filhos, sempre esteja atenta aos sinais, não deixe seus filhos com estranho”, ressaltou a jovem.

É importante estar atento ao sinais de comportamentos da criança, pois algo pode acontecendo como explica a psicóloga Cintia Sampaio:

“Na maioria das vezes, as crianças e adolescentes ficam tristes, começam a se isolar. Muitos têm queda no rendimento escolar, querem morrer, se sentem culpados. É uma tristeza muito grande. Algumas pessoas ficam agitadas, inquietas, depressivas e ansiosas. Então ela muda o padrão de comportamentos. Quando os pais ou professores percebem a mudança de comportamentos na criança é um sinal de algo está acontecendo”, alerta Cintia.

Psicóloga Cintia Sampaio. Arquivo: Juruá Notícias.

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Redação Juruá Online

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