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Alemão conhecido como ‘computador humano’ vai financiar Musk na compra do Twitter

Empresa obscura de Alexander Tamas, sediada em Dubai, vai emprestar US$ 700 milhões para a operação, um dos maiores aportes no negócio.

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A oferta de Elon Musk para comprar o Twitter atraiu vários investidores famosos e grandes nomes do Vale do Silício. Mas, entre os financiadores da proposta, que avaliou o Twitter em US$ 44 bilhões, estão alguns nomes obscuros.

A firma de investimentos Vy Capital, com sede em Dubai, é um deles. Com US$ 5 bilhões de ativos sob gestão, a empresa foi fundada pelo alemão Alexander Tamas, segundo documentos apresentados a autoridades reguladoras e pessoas próximas ao grupo.

Tamas, que fez a carreira no mercado financeiro investindo em empresas de tecnologia, já ganhou o apelido de “supercomputador humano”, por sua perspicácia em escolher apostas, quando assessorava o magnata russo-israelense Yuri Milner.

A Vy Capital – cujo site na internet tem apenas uma página, nenhum endereço nem informações de contato – se comprometeu a emprestar US$ 700 milhões a Elon Musk para a compra do Twitter. Será, assim, o terceiro maior financiador da operação, sem considerar os investidores que estão participando do negócio via compra de ações.

A presença da Vy Capital na compra do Twitter, que deve ser uma das maiores aquisições da história, chama a atenção diante do fato de que a gestora de Dubai não é muito transparente em relação a seus investimentos.

Aporte supera o de outros investidores

O aporte de US$ 700 milhões na operação de Musk supera o valor financiado por gigantes como Brookfield ou o fundo soberano de Qatar. A Vy Capital também já financiou a Boring Company, empresa de infraestrutura de Musk, e a ErisX, uma corretora de criptoativos, segundo levantamento da PitchBook.

Alexander Tamas tem um passado de relações próximas com bilionários. Antes de criar a Vy Capital, ele trabalhou próximo ao magnata russo-israelense Yuri Milner e, agora, parece estar criando laços com Musk. Tamas já investiu na Tesla, na SpaceX e na Neuralink, que se propõe a desenvolver interfaces cérebro-computador, todas empresas de Musk.

Um porta-voz de Tamas foi procurado mas não quis dar declarações. No escritório da empresa em Dubai, apenas uma assistente estava trabalhando. Ela informou que o resto da equipe, de cerca de 10 pessoas, incluindo Tamas, trabalha remotamente em Dubai. E, em todo mundo, cerca de 25 profissionais são funcionários da empresa, segundo o LinkedIn.

Se Tamas pode ter um perfil aparentemente obscuro, suas conexões e investimentos recentes têm grande visibilidade. Ele trabalhou no Goldman Sachs em fusões na área de tecnologia, antes de se juntar ao DST Global, firma de investimentos do russo-israelense Yuri Milner, como sócio em 2008.

Na empresa, teve sucesso ao apostar as fichas em empresas como Airbnb, Facebook e até em um aporte inicial no Twitter. Foi sua atuação na DST Global que lhe garantiu o apelido de “supercomputador humano de Milner’”.

Tamas e seu antigo colega no Goldman Mateusz Szeszkowski fundaram a Vy Capital em 2013.

Recentemente, o sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, primeiro-ministro de Dubai, nomeou Tamas como conselheiro de um comitê que quer incentivar a economia digital no país.

Tamas vive na Europa, mas, quando está em Dubai, ele comanda as operações da Vy Capital de um palácio no bairro de Al Barai, que concentra mansões luxuosas, segundo relatos de pessoas próximas aos negócios da empresa.

Liberdade de expressão

Além da Vy Capital, Tamas também é fundador da Synaptic, uma empesa de ciência de dados. E é um financiador das pesquisas sobre inteligência artificial no Instituto do Futuro da Humanidade, na Universidade de Oxford. E parece compartilhar da visão controversa de Musk sobre liberdade de expressão.

– Acredito que é errada a ideia de que as plataformas de mídias sociais devem governar o que podemos ou não falar – afirmou Tamas em uma entrevista ao Berggruen Institute, acrescentando que acreditava que permitir a empresas privadas determinarem o que é ou não aceitável como liberdade de expressão seria “perigoso”.

Por O Globo

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