O ex-governador Geraldo Alckmin, confirmado como candidato à vice-presidência na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, acusou ontem o ex-governador João Doria de “comprar prefeitos”. Em evento de apoio à pré-candidatura de Márcio França ao governo de São Paulo, Alckmin disse:
– Como aplicou o dinheiro? Fisiologismo, política do século 19, dinheiro público que precisa ser respeitado. Você compra prefeito? É inacreditável? Eu fui prefeito do MDB no auge da ditadura e não chegava a esse ponto. Você pôr a faca no peito e dizer que, se ele não mudar de partido, não recebe dinheiro público, dinheiro do povo, pago com sacrifício de impostos. Não é possível isso. É preciso mudar.
Na visão de Alckmin, o governo paulista errou também ao definir sobre a tributação de produtos no estado.
— O governo é escolha. Você escolhe quem tributa e para quem coloca dinheiro. O governo aqui de São Paulo neste momento fez as duas escolhas erradas.
Acusou ainda a gestão Doria de prejudicar os mais pobres.
— Tributou o trabalhador, o consumo, aumentou imposto de comida em plena pandemia, de remédio, de cadeira de roda, de insumos de saúde.
Alckmin disse que, por outro lado, seu ex-colega de partido deu benefício para a elite.
Para o ex-governador, a elevação de impostos de materiais de construção em São Paulo “afeta a construção civil, setor que mais gera emprego”.
Indicado na sexta-feira pelo PSB para ser vice na eleição presidencial, Alckmin, por outro lado, usou o mesmo assunto, a questão tributária, para elogiar Lula:
— O que o Lula fala? Vou pôr o rico no imposto de renda e o pobre no orçamento. Isso é civilizatório.
No evento que reuniu especialistas para debater propostas para o estado, Alckmin disse que França pode conter com ele. O PT alimenta a expectativa que o pré-candidato do PSB desista de concorrer para apoiar o ex-prefeito Fernando Haddad.
Na sexta-feira (8), o PSB confirmou a indicação do ex-governador de São Paulo para ser candidato a vice na chapa encabeçada por Lula.
Com informações de Carta Capital/Money Report