O estado acreano voltou a registrar aumento dos casos de Covid-19 neste mês de junho. Um balanço feito de acordo com os boletins diários da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) mostra que o número de casos no estado aumento mais de 400% em junho com relação a maio. Depois de dois meses sem registrar mortes pela doença, o estado também voltou a registrar óbitos no boletim de quarta-feira (29).
As duas mortes fazem com que o número de vítima fatais da doença chegue a 2.004. De acordo com a Sesacre, as vítimas são um homem de 64 anos, que morreu ainda em maio, mas que o óbito só foi registrado na quarta após investigação. Ele era morador de Rio Branco.
Já a outra morte foi de uma mulher de 72 anos, também de Rio Branco, que deu entrada na rede particular de saúe no dia 23 de junho e morreu no dia 28.
Os números mostram um avanço significativo da doença no estado, uma vez que no mês passado, o estado acreano havia registrado 190 casos novos e nenhuma morte da doença. Já em junho, o número de casos novos saltou para 1.084, tendo assim um aumento de 471% só com relação aos novos infectados.
A última morte pela doença havia sido registrada em 26 de abril deste ano, quando, por dois meses, o Acre tinha 2.002 mortes por Covid. Porém, depois desse período, foram registradas duas mortes na quarta e o número de mortos agora é 2.004.
O Acre já registrou, durante toda a pandemia, 126.195 casos da doença. Nesse período, 2.004 mortes foram registradas. No boletim desta quinta, última dia do mês de junho, fora registrados 427 casos novos, outros 37 estavam em análise. O documento destaca ainda que os dados desta quinta são referente a dois dias, quando as informações estavam represadas.
Quarta onda
Com essa alta, a infectologista Cirley Lobato disse que não é descartada uma nova onda da doença – uma tendência, que, segundo ela, tem sido registrada em todo o país.
“Infelizmente, temos observado o aumento dos números de Covid não só aqui no Acre, mas no Brasil e mundo como um todo. O que estamos acompanhando são novas subvariantes, é a mesma ômicron, mas com a subvariante quatro e cinco e não podemos descartar uma nova onda”, disse a infectologista.
Para a especialista, para conter o avanço da doença, a ajuda da população é crucial, que é quem pode e precisa manter as medidas sanitárias. Se tiver com sintomas gripais, usar máscara, evitar aglomerar, se for a unidade hospitalar sempre usar máscara, segundo defende.
A infectologista diz ainda que nesse período no Acre, outro problema é que os sintomas da Covid acabam se confundindo com os de gripe que é sazonal, com a chegada do período de seca, aumento das queimadas e com isso de doenças respiratórias.
“Uma coisa interessante é que não sabemos quem vai evoluir para um quadro grave, sabemos que a vacina mudou a história natural da Covid, então os quadros estão sendo mais leves, como sintomas gripais mesmo. A questão é se você contem o vírus e não toma estas medidas de proteção, mais pessoas vão ser contaminadas e se tem mais pessoas contaminadas, aumenta a probabilidade de casos graves. Então, é manter os cuidados. A cobertura vacinal, a gente observa que terceira e quarta dose está baixa”, acrescenta.
Cirley afirma que a principal diferença entre os sintomas gripais e de Covid está no período em que elas apresentam agravamento. “Geralmente estes vírus que afetam as vias respiratórias se tiver que complicar é na primeira semana, enquanto a Covid é na segunda semana, que pode ter o quadro mais grave, quando entra na fase inflamatória.”
Com Informações G1