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Acre é o terceiro estado com maior queda no nº de assassinatos no 1º semestre deste ano

Números são do Monitor da Violência do G1, que acompanha os assassinatos mês a mês. Após aumento nos crimes violentos em 2020, país volta a registrar uma queda nos homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

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Após passar por um período crítico com relação a mortes violentas, o Acre segue uma tendência de baixa no número de mortes violentas desde o início deste ano e fechou o primeiro semestre de 2021 com uma redução de 21% no número de assassinatos. Já o Brasil teve uma queda de 8% nos assassinatos.

Os dois estados com maiores quedas nesses números foram Ceará (-29%) e Sergipe (27%).

Os dados são do índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. A comparação é entre o primeiro semestre de 2020 e 2021, quando o número dessas ocorrências caíram de 148 para 117.

Secretário também destaca ações integradas com o Gaeco para conter crime organizado  — Foto: Asscom-AC

Secretário também destaca ações integradas com o Gaeco para conter crime organizado — Foto: Asscom-AC

As mortes violentas haviam saltado nos últimos seis anos devido a tomada de território e a guerra entre as facções criminosas no estado. Essa guerra entre facções fez com que os acreanos assistissem nos últimos anos o aumento desenfreado da violência no estado. A disputa entre grupos criminosos explodiu no fim de 2015, quando foram registrados os primeiros ataques em Rio Branco.

O boom das mortes violentas no estado foi no ano de 2017, quando ocorreram 530 mortes violentas. Para ter uma ideia, se comparado a 2014, esse número subiu 159,8%.

Reflexos de ações

Em um cenário mais controlado este ano, a Segurança experimenta redução nesses casos de execuções. Desde os primeiros três meses de 2021, os números demonstram queda, deixando o Acre até como segundo estado com maior redução.

Apenas seis estados registram alta nas mortes — Foto: Kayan Silva/G1

Apenas seis estados registram alta nas mortes — Foto: Kayan Silva/G1

O secretário de Segurança Pública do Acre, coronel Paulo Cézar dos Santos, atribui a redução a pelo menos três medidas estratégicas tomadas pelo estado desde o início da gestão. A primeira delas, que ele pontua, é a retomada da rigidez dentro dos presídios do estado.

“O primeiro foi o movimento de imposição e disciplina nas instituições penitenciárias – uma medida implantada em 2019 e nós estamos colhendo os frutos. As organizações criminosas, que são responsáveis por grande parte das mortes violentas intencionais, efetivamente surgiram do interior do presídio. Em razão disso, tem um determinado ordenamento hierárquico partindo do presídio e para conter isso, no início da gestão, começamos a impor os procedimentos operacionais padrões, a retirada também de pertences estranhos, o maior controle de visitas e equipamentos diversos no interior do presídio. Isso mitigou a comunicação, diminuiu a comunicação com o público externo”, relembra.

Paralelo às ações mais efetivas nos presídios, pode-se citar também a implantação de fato do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves em Rio Branco e também a criação do Grupo Penitenciário de Operações Especiais (Gpoe) ainda em 2019.

O segundo ponto levantado pelo secretário é o fortalecimento dos núcleos de inteligência, como forma de se antecipar aos grupos criminosos.

“A partir da composição dos núcleos de inteligência do interior e capital, o policiamento ostensivo passou a ser destinado às áreas que teriam maior possibilidade de ocorrer incidentes de violência e isso é fruto das estatísticas e análise criminal”, destaca.

Operações intregradas ajudam a conter avanço da criminalidade no estado — Foto: Asscom/Sejusp-AC

Operações intregradas ajudam a conter avanço da criminalidade no estado — Foto: Asscom/Sejusp-AC

Integração e tecnologia

Outra medida que impactou nessa redução, segundo o secretário, é a integração de todas as forças de segurança do estado juntamente com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

“Temos um grupo integrado de combate ao crime organizado, que é onde há a participação das forças estaduais de segurança com as federais e é gerida pela Polícia Federal e Secretaria de Segurança Pública. Além disso, temos operações da Polícia Civil em parceria com os demais órgãos da segurança pública no interior do estado, priorizando sempre as relações das organizações criminosas e priorizando também a retomada das operações integradas com o Gaeco. Esse conjunto de ações é que classificamos como importantes para a redução, porque o que tivemos de redução foi justamente nas mortes derivadas da atuação das organizações criminosas”.

Por SECOM

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